Remédio amargo
Para economizar R$ 25 bilhões em 10 anos, o governador Eduardo Leite apresentou à Assembleia o mais duro pacote de mudanças na vida dos servidores públicos da história do Rio Grande do Sul. Os professores serão os mais atingidos porque, além da alteração no plano de carreira, serão afetados por todas as medidas do pacote, como fim dos adicionais por tempo de serviço e da incorporação de gratificações na aposentadoria. Servidores de diferentes categorias protestaram em frente ao Palácio Piratini na quinta-feira e os professores anunciaram greve a partir de segunda-feira (18).
Resistência em várias frentes
Mesmo os servidores que tiveram reivindicações atendidas, como os da Brigada Militar e do Instituto-Geral de Perícias, que garantiram o pagamento por subsídio, estão insatisfeitos com as medidas propostas pelo governo. A principal reclamação é que, a médio prazo, sofrerão perdas com o fim dos adicionais por tempo de serviço e da incorporação de gratificações na aposentadoria. Os funcionários de salários mais altos terão aumento da contribuição previdenciária.
Mais empregos, menos direitos
As medidas anunciadas pelo ministro Paulo Guedes para estimular o emprego de jovens materializam a previsão feita na campanha pelo candidato Jair Bolsonaro, de que no futuro as pessoas teriam de escolher entre o emprego e a manutenção dos direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho. Os contratados pela modalidade batizada de verde e amarelo terão FGTS de 2% (em vez dos 8% de quem está no mercado regular) e multa menor em caso de demissão imotivada. A MP também revoga uma série de artigos da CLT que regulam as relações de trabalho.
Saída de Bolsonaro divide PSL
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de sair do PSL para fundar outro partido, a Aliança pelo Brasil, dividiu os deputados estaduais e federais eleitos pela sigla no Rio Grande do Sul. Entre os deputados estaduais, o mais votado, tenente-coronel Luciano Zucco, e Vilmar Lourenço anunciaram que acompanharão Bolsonaro. Ruy Irigaray fica, para não correr o risco de perder o mandato. O capitão Aparecido Macedo optou por ficar um tempo em cima do muro. Na bancada federal, Bibo Nunes, Ubiratan Sanderson e Marcelo Brum devem acompanhar Bolsonaro. Nereu Crispim fica no PSL.