Apreensivo com a repercussão negativa depois dos atos de agressão contra artistas no encerramento do Festival de Cinema de Gramado, o prefeito do município, João Alfredo de Castilhos Bertolucci (PDT), o Fedoca, diz que o os gramadenses “rechaçam a postura e a censura pregada pelos manifestantes”.
De acordo com Fedoca, os responsáveis por agredir verbalmente e atirar pedras de gelo e restos de comida em atores, diretores e produtores que participavam de uma manifestação foram pessoas identificadas com o presidente Jair Bolsonaro que não são habitantes da cidade.
— Tenho certeza absoluta de que não são de Gramado. As pessoas aqui do município não teriam estofo econômico de frequentar a caríssima passarela e as mesas que a circundam (na Rua Coberta). Foi gente de fora, sobretudo de Porto Alegre — garante o prefeito.
Fedoca se diz preocupado com manifestações de artistas e lideranças políticas nacionais, que estariam atribuindo os atos de violência a moradores de Gramado.
Na noite de sábado (24), quando diretores e produtores participantes do festival atravessavam o tapete vermelho em direção ao Palácio dos Festivais, entoando um cântico de protesto às recentes declarações e medidas de Bolsonaro na área do cinema, frequentadores que lotavam os bares e cafés da Rua Coberta responderam com vaias, palavras de ordem e atiraram pedras de gelo e restos de comida.
A passagem do cortejo de artistas deveria encerrar uma série de ações e manifestações políticas realizadas em Gramado durante a 47ª edição do festival. Mais cedo, o Festival de Gramado emitiu nota repudiando a atitude dos frequentadores.
Fedoca insiste que a cidade tem “uma tradição de hospitalidade” e que atos do tipo “não tem precedentes” em outras edições do evento.