Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (21), na sede da Federasul, o governador José Ivo Sartori falou sobre a restrição no atendimento de diversos hospitais do Estado devido à falta de repasses. O governador afirmou que parte do problema é resultado da judicialização da saúde.
— Às vezes vezes chegamos a até três meses de atraso com os municípios, vamos reconhecer isso porque não existe o recurso. Fizemos todo o possível para atender bem a todos os municípios e todos hospitais ou aqueles que atendem na área do SUS. Muitas vezes nós criamos a situação em que para poder pagar a folha tinha que não atender a fornecedores, não atender municípios, credores do Estado... Uma questão que prejudica no geral é que devido a muitas ações judiciais, inclusive pelos municípios, não pode se fazer a distribuição que pudesse atingir a todos — disse.
Perguntado se havia possibilidade de quitar até o fim do ano a dívida de mais de R$ 500 milhões com os municípios, Sartori sinalizou que o pagamento integral não será possível:
— Eu não sei como você faria se você tem um déficit permanente, se você tem de equilibrar as contas, distribuir os recursos, mas com certeza nós vamos manter os 12% na saúde (aplicação constitucional).
Diversos hospitais do Estado anunciaram restrição no atendimento médico eletivo devido à falta de repasses do governo e devido aos repasses insuficientes da União. Na Região Metropolitana, Canoas, Sapucaia do Sul e São Leopoldo já tomaram a medida por causa da escassez de dinheiro.