Na propaganda eleitoral de sábado, os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) usaram a expressão que deverá ser o mantra da campanha depois do atentado contra Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora: os problemas do Brasil não se resolvem nem na bala, nem na faca. Na coordenação de todas as campanhas, o discurso é de condenação da violência desde a tarde de quinta-feira (6), quando Bolsonaro foi esfaqueado, mas isso não significa que o candidato do PSL será poupado das críticas políticas enquanto estiver se recuperando da cirurgia.
Desde o primeiro dia da campanha no rádio e na TV, Alckmin vinha repetindo que os problemas não se resolvem na bala, em referência à proposta de Bolsonaro de facilitar a compra de armas pela população, como política para a segurança pública. No programa de sábado, o tucano incluiu a faca no texto:
– A política é a única ferramenta possível numa corrida eleitoral. Eu e minha família estamos em oração pela recuperação de Jair Bolsonaro. A política não se resolve na bala ou na faca.
Nas redes sociais, o clima é beligerante, com insinuações e conclusões precipitadas dos dois lados. Integrantes da linha de frente da campanha do PSL, a advogada Janaína Paschoal e o senador Magno Malta acusaram o PT de envolvimento no crime. O diretório nacional do partido entrou na Justiça com ação contra os dois por calúnia e difamação.
O senador Magno Malta, o mesmo que divulgou fotos de Bolsonaro na sala de cirurgia da Santa Casa de Juiz de Fora, do vídeo do deputado falando sobre a dor insuportável que sentiu e, depois, do abdômen marcado pelos pontos da cirurgia, publicou uma montagem em que o criminoso confesso, Adelio Bispo de Oliveira, foi “enxertado” numa foto de ato com a presença do ex-presidente Lula.
Em recuperação, Bolsonaro acabou dando motivo aos adversários para o discurso de que os problemas não se resolvem nem na bala, nem na faca. Divulgada pelo filho Flávio, a primeira imagem de Bolsonaro na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, é reveladora: com sonda no nariz, avental azul e meias brancas de compressão (para evitar trombose), o candidato posou para a foto fazendo o sinal característico de quem está com uma arma na mão, encenando um tiro.