Com as polêmicas que envolvem a disputa presidencial sugando a atenção dos eleitores, os ponteiros da eleição estadual praticamente não se mexeram na pesquisa do Ibope. Em comparação com a semana anterior, todas as variações ocorreram dentro da margem de erro, mantendo a tendência de segundo turno entre José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB). No segundo turno, persiste o empate técnico entre os dois, com leve vantagem para o ex-prefeito de Pelotas.
Desde a primeira pesquisa, divulgada em 17 de agosto, Sartori se mantém na liderança e em curva ascendente. Subiu de 19% para 31%. Leite partiu de 8%, empatado com Miguel Rossetto (PT), e agora está em 26%. A vantagem que o separa do candidato do PT é de 14 pontos.
É fácil explicar os bons resultados do tucano. Jovem, comunicativo, com uma gestão bem avaliada em Pelotas e sem envolvimento com corrupção, tem um índice de rejeição baixíssimo. Somente 9% dos entrevistados pelo Ibope disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Não ocorreu com Leite o fenômeno comum nas eleições, de a rejeição crescer conforme aumenta a intenção de voto.
Mais difícil é explicar o êxito de Sartori, que governa um Estado em crise e tem poucas realizações a mostrar. O grande acerto de sua campanha, que conseguiu a façanha de reduzir o índice de rejeição de 44% para 33% em pouco mais de um mês, é não tapar o sol com a peneira. Orientada por pesquisas que colocam a honestidade e a verdade entre as palavras de maior valor para os eleitores, a equipe da campanha optou por falar dos problemas sem tentar vender cadeiras no paraíso. Sartori fala dos salários em atraso e questiona os adversários que prometem pagar em dia no primeiro mês, sem apontar a fonte de recursos.
Com rejeição três vezes e meia superior à do principal adversário, o governador tem uma parada difícil pela frente na tentativa de se reeleger, mas seus principais assessores comemoram o fato de que não se confirmaram as profecias catastróficas de um fiasco nas urnas.
– Ampliamos a compreensão sobre o governo e a figura do governador. Isso nos dá competitividade e já coloca Sartori de pé perante a história. Agora queremos ganhar a eleição – resume o chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú.