A curva de evolução das intenções de voto na pesquisa do Ibope mostra três candidatos em ascensão – José Ivo Sartori, Eduardo Leite e Miguel Rossetto –, mas o tucano é o que mais tem a comemorar, embora esteja em segundo lugar. Leite subiu 10 pontos de 17 de agosto para cá e passou de 8% para 18%, é um dos menos rejeitados (somente 8% disseram que não votariam nele de jeito nenhum) e o único que venceria qualquer um dos adversários nas simulações de segundo turno.
O governador José Ivo Sartori manteve a liderança, com seis pontos mais do que na pesquisa anterior. Passou de de 19% para 25%, mas continua sendo o campeão de rejeição, embora o índice tenha caído de 44% para 39%. O problema de Sartori é o segundo turno. Na simulação de confronto com Eduardo Leite, está numericamente em situação inferior (35% a 32%), números que caracterizam empate técnico. Em uma possível final entre o governador e o candidato do PT, outro empate, com leve vantagem para Sartori (33% a 31%).
Outro problema de Sartori é a má avaliação de seu governo. O índice de bom e ótimo é de 23%, contra 45% de ruim e péssimo. Houve uma pequena melhora. Na pesquisa anterior, bom e ótimo somavam 14% e ruim e péssimo, 53%. Os que desaprovam o governo caíram de 68% para 60%. Esses dados, combinados com a rejeição, indicam que o teto do governador é baixo, um problema em caso de segundo turno.
Leite supera Sartori, Miguel Rossetto (33 %a 23%), Jairo Jorge (34% a 21%) e Julio Flores (37% a 16%). O candidato do PSTU só entrou nas simulações de segundo turno porque na pesquisa anterior teve 4%. Agora tem 3% e segue à frente de Mateus Bandeira (Novo), Roberto Robaina (PSOL) – ambos com 2%) e Paulo Medeiros (PCO), que tem zero.
Miguel Rossetto também tem motivos para comemorar os resultados do Ibope. Além de ter subido seis pontos, de 8% para 14%, tem rejeição baixa (13%).
A pesquisa do Ibope captou os efeitos dos primeiros dias e propaganda. O resultado mostra a importância do tempo no horário de rádio e TV e de uma boa comunicação. Sartori, que tem o maior espaço, acertou a mão com o slogan “O Gringo Tá Certo” e depoimentos de pessoas comuns a favor de seu governo.
Dono do segundo maior tempo, o ex-prefeito de Pelotas é conhecido pela facilidade com que se expressa. Na propaganda eleitoral e nos debates ainda se mostra engessado e excessivamente formal, mas o crescimento de mais de 100% entre uma pesquisa e outra sugere que o eleitor se identificou com seu estilo e está vendo nele a novidade da campanha.
Curiosidades da pesquisa
-Eduardo Leite é o preferido das mulheres, com 22%. No eleitorado masculino, o tucano tem 13%.
-José Ivo Sartori tem mais votos entre os homens: 31%. No eleitorado feminino, cai para 20%.
-Sartori conseguiu reduzir a rejeição, de 44% para 39%, mas segue mal entre as mulheres: 43% das entrevistadas disseram que não votariam nele de jeito nenhum.
-Miguel Rossetto cresceu em todos os segmentos, com destaque entre os eleitores com renda acima de cinco salários mínimos (17%).
-O melhor desempenho de Jairo Jorge é na Grande Porto Alegre, com 15%.
-Brancos, nulos e indecisos caíram de 50% para 28%.
Marina cai e Bolsonaro sobe
O dado mais curioso da pesquisa do Ibope para presidente no Rio Grande do Sul é o tombo de Marina Silva (Rede) que caiu de 13% para 8%, e o salto de Fernando Haddad, que, mesmo sem ter sido oficializado candidato do PT, saltou de 4% para 9%.
Marina foi a única entre os principais candidatos que não esteve no Estado durante a Expointer. Os outros candidatos evoluíram dentro da margem de erro. Jair Bolsonaro subiu de 23% para 26%, Ciro Gomes manteve os 9% do levantamento anterior, Geraldo Alckmin caiu de 7% para 6% e Henrique Meirelles passou de 1% para 3%.
Atualização: em versão anterior, os dados sobre a avaliação de José Ivo Sartori saíram incorretos. Foram trocados pela avaliação de Michel Temer no Rio Grande do Sul.