Nunca antes na história da democracia o Rio Grande do Sul teve tantos candidatos a vice-presidente numa eleição. São duas mulheres e três homens disputando o Palácio do Jaburu. Quatro em chapas competitivas ou com chance de crescimento nas pesquisas e um por um partido minúsculo, para marcar posição. A porto-alegrense Manuela D’Ávila ainda não é oficialmente vice, mas, tudo indica que será a companheira de Fernando Haddad, porque a Justiça Eleitoral já deu sinais de que barrará a candidatura do ex-presidente Lula, com base na Lei da Ficha Limpa.
As chances da chapa Haddad-Manuela só serão medidas depois que a Justiça Eleitoral decidir o futuro de Lula. Enquanto isso não ocorrer, é o nome do ex-presidente que aparecerá nas pesquisas porque, provisoriamente, é ele o candidato. A pergunta que os petistas e seus adversários se fazem é qual será a capacidade de transferência de votos de Lula para o escolhido como seu substituto. Até agora, Lula lidera todas os levantamentos de intenção de voto.
Depois dele, nas pesquisas vem outro concorrente com vice gaúcho: Jair Bolsonaro tem como companheiro de chapa o general da reserva Hamilton Mourão. Natural de Porto Alegre, o general chefiou o Comando Militar do Sul no governo de Dilma Rousseff e foi destituído por fazer manifestações políticas e por homenagear o coronel Carlos Brilhante Ustra, notório torturador. Mourão está na reserva desde fevereiro deste ano.
Ana Amélia Lemos, a vice de Geraldo Alckmin nasceu em Lagoa Vermelha, fez carreira em Porto Alegre e Brasília como jornalista e se elegeu senadora em 2010. Concorreu a governadora em 2014, mas não chegou ao segundo turno. Tinha agora uma reeleição praticamente certa, mas aceitou o desafio de ser vice de um candidato que está emperrado nas pesquisas, mas tem o maior tempo de TV, a coligação mais numerosa e dinheiro para a campanha eleitoral. Com trânsito no agronegócio, Ana Amélia é a esperança de Alckmin de frear o avanço de Bolsonaro entre os eleitores do campo.
O caxiense Germano Rigotto está sem mandato desde que deixou o Palácio Piratini, em janeiro de 2007. Tinha recém desistido de disputar o Senado quando foi convidado para ser o vice de Henrique Meirelles. Como se elegeu em 2004 depois de largar com 2% das intenções de voto, Rigotto não se assusta com os baixos índices de Meirelles e acredita que poderá ajudar o ex-ministro da Fazenda a se credenciar como opção para os eleitores de centro, que não querem uma disputa de segundo turno entre a esquerda e a extrema-direita.
O quinto gaúcho na lista é um ilustre desconhecido para a maioria dos eleitores. O advogado Léo da Silva Alves, de Rosário do Sul, é vice de João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, ex-deputado estadual que adotou o nome político de João Goulart Filho para disputar a presidência pelo Partido Pátria Livre (PPL).