A aliança que será anunciada nesta quinta-feira em Porto Alegre, entre PP, PSL, DEM e PROS, em apoio à candidatura de Luis Carlos Heinze, ilustra a confusão reinante no cenário da sucessão presidencial. Embora um dos partidos seja o PSL de Jair Bolsonaro, o PP não garante palanque ao candidato no Rio Grande do Sul. O presidente do PP, Celso Bernardi, diz que somente na convenção estadual, em 4 de agosto, o partido definirá o apoio na eleição presidencial:
– O acordo que estamos celebrando se refere apenas à eleição para o governo do Estado. A direção nacional do PP ainda não decidiu o que fazer e aqui no Estado temos simpatizantes de mais de um candidato.
A régua ideológica do PP é mesmo elástica. O presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, flerta com quatro concorrentes ao Planalto: Bolsonaro, Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos) e até Ciro Gomes (PDT). A filiação de Benjamin Steinbruck ao PP e sua saída da vice-presidência da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) reforçaram as especulações de que ele poderá ser o vice de Ciro Gomes.
Essa hipótese não empolga o PP gaúcho. Bernardi não esconde a preferência por Alckmin. O deputado Jerônimo Goergen prefere Flavio Rocha (PRB). Outro grupo gostaria de se aliar a Álvaro Dias. Heinze é afinado com Bolsonaro, que tem como principal cabo eleitoral no Estado o deputado federal Onyx Lorenzoni, do Democratas, cujo candidato a presidente é o deputado federal Rodrigo Maia.
Onyx costurou o acordo com o PP e alinhavou uma aliança na eleição de deputado federal com o PSL e o PROS. Na disputa da Assembleia, cada partido deverá ter a sua própria chapa. Quem assinará o acordo pelo partido de Bolsonaro é a presidente do PSL, Carmen Flores (ex-PP).
A coligação PP-DEM-PSL-PROS terá somente Ana Amélia Lemos como candidata ao Senado. Ana Amélia não estará presente ao ato de hoje porque integra a Comissão de Relações Exteriores do Senado e tem sessão de sabatina de embaixadores. A senadora ouviu de Ciro Nogueira que o PP irá discutir com os diretórios se opta por um candidato ou deixa o apoio em aberto, respeitando as peculiaridades regionais.