No dia em que o Palácio Piratini completa 97 anos, o governador José Ivo Sartori comemorou nesta quinta-feira (17) a finalização das obras de climatização do salão Negrinho do Pastoreio e Alberto Pasqualini, no segundo andar do prédio. A melhoria era esperada desde o governo de Yeda Crusius e foi possível desempenhá-la graças à Lei Rouanet. A climatização dos espaços custou R$ 2,2 milhões.
A obra demorou para sair do papel porque o palácio é tombado tanto pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) quanto pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Durante os trabalhos, que durou cerca de cinco meses, o governador utilizava a ala residencial para eventos oficiais.
— Lá atrás, em 1896 e em 1909, quando foram lançadas as duas pedras fundamentais para a construção do Palácio Piratini, a orientação era para que este prédio fosse o edifício público mais belo e majestoso de todo o Brasil. A sede do governo gaúcho é, com certeza, um dos mais belos e majestosos prédios públicos do país. Aqui, temos as obras de Aldo Locatelli, agora preservadas com a nova climatização — afirmou Sartori em discurso durante o evento de inauguração.
O projeto, do arquiteto Edegar Bitencourt da Luz, consiste na implantação de sistema sobre os forros de estuque, já as casas de máquinas ficam sobre a cobertura da ala governamental.
— Fazer intervenções em um prédio como o Palácio Piratini não é tarefa simples. Exige o máximo de cuidado e uma fiscalização muito grande — disse José Guilherme Kliemann, um dos coordenadores do projeto.
Segundo o governo, o prédio foi construído por determinação do presidente Júlio de Castilhos para substituir o antigo Palácio de Barro. O primeiro projeto para o novo palácio era de autoria do arquiteto Affonso Hebert, da Secretaria de Obras Públicas, e a pedra fundamental foi lançada em 27 de outubro de 1896. Ainda nos alicerces, as obras foram suspensas. E em 20 de setembro de 1909 uma segunda pedra fundamental foi lançada para o projeto do arquiteto francês Maurice Gras.
Em 17 de maio de 1921, o prédio foi ocupado, mas sem inauguração oficial e em caráter parcial, pois a ala residencial e os jardins não estavam prontos. Somente na década de 1970 o Palácio foi dado como concluído.
Em 1955, um decreto do governador Ildo Meneghetti oficializou o nome Palácio Piratini, uma homenagem à primeira capital da República Rio-Grandense. Os lustres de cristal dos salões são réplicas dos usados no Palácio de Versalhes e as esculturas da fachada principal e posterior da ala governamental são de autoria do francês Paul Landowski, criador do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Em 1951, o pintor italiano Aldo Locatelli foi contratado para pintar os murais nas paredes e no forro dos salões.