Mantendo uma tradição iniciada em 1989, quando reuniu pré-candidatos à Presidência da República na primeira eleição direta depois de 25 anos de ditadura, o Fórum da Liberdade colocou no mesmo palco, ontem, seis dos 14 pretendentes: João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (PMDB), Flávio Rocha (PRB), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Não foi um debate, mas um painel em que cada um teve 15 minutos para expressar suas ideias.
Ficou claro que quatro das seis candidaturas poderiam fundir-se sem prejuízo para as propostas que defendem. Na essência, Amoêdo, Alckmin, Meirelles e Rocha pensam do mesmo jeito. Querem responsabilidade fiscal e um Estado mais enxuto, focado em áreas sociais, abrindo espaço para a iniciativa privada na forma de concessões e parcerias.
Com um discurso fluente, Amoêdo pregou a redução do tamanho do Estado, condenou o uso de dinheiro público nas campanhas e arrancou aplausos entusiasmados da plateia quando pregou a revogação do Estatuto do Desarmamento.
Recém-saído do Ministério da Fazenda, Meirelles foi mais palestrante do que candidato. Focou nas conquistas obtidas pelo governo de Michel Temer na economia, praticamente repetindo o discurso que fizera há poucos dias na Federasul.
Com problemas de comunicação semelhantes aos de Meirelles – conhecido pela falta de carisma –, Flávio Rocha foi no mesmo diapasão da redução do tamanho do Estado e fez duras críticas ao PT e ao ex-presidente Lula.
Ciro começou lembrando que em 30 anos de vida pública não responde a nenhum processo. Disse que as reformas de Temer são “um puxadinho” e tentou mudar a imagem de “pavio curto”, fazendo brincadeiras e esbanjando senso de humor.
Marina impressionou pela articulação. Disse que não se omite, defendeu o Bolsa Família e condenou o foro privilegiado e a impunidade. E perguntou:
– E o Renan? Aécio? E o Temer?
Alckmin apresentou sua experiência de governador de São Paulo como credencial para pleitear a Presidência. Elencou suas realizações, mostrou números e ressaltou a necessidade de parcerias com a iniciativa privada.