O Estado só vai conseguir pagar dentro do mês os salários dos servidores do Executivo que recebem até R$ 1,2 mil porque o Ministério Público Estadual concordou em deixar parte do seu duodécimo no caixa único por alguns dias.
Sem a colaboração do MP, pela primeira vez desde que assumiu o Piratini o governador José Ivo Sartori teria chegado ao último dia útil de março sem pagar o salário de um servidor sequer.
O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, concordou em emprestar ao Executivo R$ 60 milhões, exatamente o valor utilizado para pagar as 62.239 matrículas com vencimento líquido até R$ 1,2 mil. O secretário Giovani Feltes ligou para Dallazen para agradecer pela compreensão.
A Secretaria da Fazenda chegou ao final do mês com cerca de R$ 120 milhões em caixa e precisava juntar R$ 178 milhões para pagar os servidores com salário até R$ 1,2 mil (R$ 60,7 milhões), a terceira parcela do 13º salário de 2017, com correção (R$ 118,3 milhões), e a indenização pelo atraso na folha de fevereiro (R$ 1,1 milhão).
A quitação dos salários está prometida para até o dia 17 de abril.
O Tribunal de Contas também deu uma mãozinha ao Executivo e aceitou receber parte do duodécimo nesta quinta-feira para permitir o pagamento dos empréstimos consignados, que somam r$ 172 milhões.
O quadro dramático da falta de dinheiro para pagamento dos salários dentro do mês só será alterado nos próximos meses se o governo conseguir vender parte das ações do Banrisul. Na prática, uma folha já emendou na outra, porque só ontem o dinheiro dos empréstimos consignados foi repassado aos bancos e entidades sindicais.