Os ministros Sérgio Etchegoyen, Carlos Marun e Osmar Terra estiveram em Porto Alegre nesta segunda-feira no 5º Jantar de Abertura do Ano Legislativo, organizado pela Revista Voto, no hotel Sheraton. Etchegoyen, chefe do gabinete de segurança institucional da Presidência da República, falou sobre a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro.
– Eu já dei inúmeras entrevistas sobre a intervenção no Rio de Janeiro e o que mais me surpreendeu é que ninguém me perguntou sobre essas pessoas, ninguém me perguntou sobre o coitado que não pode sair de casa, que não pode deixar sua filha sozinha, sobre a viúva que sustenta dois ou três filhos e não sabe por quanto tempo vai tê-los, mas que tem que esconder drogas, armas e um traficante dentro de casa – afirma Etchegoyen.
O ministro ressaltou que as perguntas feitas sobre a ação, normalmente, questionam se o Exército não iria "traumatizar com um fuzil em cima, se as Forças Armadas estavam fotografando alguém e se aquilo não era uma violência, como se o trauma fosse combater o crime".
– Nós não vivemos o drama dos que podem comprar carros blindados, que podem comprar condomínios com seguranças, automóveis, e que fotografam a gente para entrar no condomínio diariamente. Nenhum de nós se incomoda de ser fotografado para passar na imigração dos Estados Unidos para ir comprar enxoval do neto ou do filhos. Ou para levar os filhos ou netos para a Disney – disse Etchegoyen, se referindo ao fichamento de moradores em favelas do Rio.
– É a falta de referência que nós chegamos que tem nos levado a isso e é essa falta de referência que tem feito tão estranho que alguém queira enfrentar o problema – afirma o ministro em seu discurso.
Etchegoyen, Marun e Terra, além da senadora Ana Amélia Lemos (PP), e o deputado Ronaldo Nogueira (PTB), receberam homenagens com o prêmio Mérito Voto pelo Rio Grande.
Marun, ministro das Relações Institucionais, elogiou o governo do qual faz parte:
– O presidente Temer é o melhor presidente da história do Brasil por hora de mandato.
Sobre a reforma da Previdência, reconheceu:
– Perdemos essa batalha. Pois bem, a Reforma da Previdência sai do Congresso e vai para os palanques. Sai dos painéis do Legislativo e se dará no voto.
Após o evento, a jornalistas, Marun voltou a afirmar que não disputará nenhum cargo público em 2018 e que deu a palavra ao presidente Michel Temer de que ficaria em sua equipe até o fim do ano.
Nesta segunda, Temer assinou medida provisória que cria o Ministério da Segurança Pública. Segundo Etchegoyen, a estrutura será a mesma do Ministério da Justiça. Quem comandará a nova pasta será Raul Jungmann.