O calendário de manifestações em defesa do ex-presidente Lula, que será julgado no dia 24 de janeiro pelo TRF4, foi fechado ontem em Porto Alegre, durante reunião com a presença do ex-ministro Alexandre Padilha, vice-presidente nacional do PT.
Já no dia 2, a direção nacional do PT criará uma “vaquinha” na internet para arrecadar fundos destinados a financiar as mobilizações. Outra vaquinha, aberta terça-feira, pela Frente Brasil Popular, arrecadou, até ontem, R$ 1,4 mil dos R$ 300 mil esperados.
A largada para as manifestações será dada no dia 13 de janeiro, com um ato no Parque da Redenção, e a criação de comitês em defesa de Lula em todo o país. De 13 a 22, serão organizadas manifestações em Porto Alegre, no Litoral e no Interior, com a distribuição de panfletos e discursos questionando o que Padilha chama de “seletividade da Justiça” e de “ativismo judicial”. Juristas que escreveram artigos contestando a sentença do juiz Sergio Moro participarão de um debate sobre supostas falhas do processo.
Na manhã do dia 23, haverá uma mobilização de mulheres, sob a liderança de Dilma Rousseff. À tarde, uma edição extraordinária do Fórum Social reunirá líderes da esquerda mundial. A noite será de vigília. Os petistas querem dar uma demonstração de força para garantir a candidatura de Lula, mesmo que ele seja condenado em segunda instância.
No dia 25 de janeiro, independentemente do resultado do julgamento, o diretório nacional do PT fará uma reunião em São Paulo reafirmando a candidatura de Lula.
_ Vamos mobilizar a população para mostrar que Lula foi condenado sem provas e que impedi-lo de ser candidato é uma ameaça à democracia _ diz Padilha.
O ex-ministro acredita que as mobilizações podem influenciar no voto dos desembargadores:
_ Acreditamos na inocência de Lula, mas se o recurso for rejeitado, usaremos de todos os recursos para garantir o registro da candidatura.
Padilha ainda não sabe se Lula participará dos atos em Porto Alegre:
_ Vai depender dos advogados. A defesa pediu que Lula seja ouvido, mas ainda não obteve resposta.
Se a presença de Lula na Capital é incerta, a do cantor Bono Vox, anunciada pelo senador Roberto Requião, não passou de uma ilusão de ótica. Bono foi convidado, mas não confirmou.