Empossado no início de agosto depois que Luiz Aldana foi afastado pelo Ministério Público por suspeita de fraude, o prefeito em exercício de Montenegro, Kadu Müller, pedirá, nos próximos dias, um posicionamento da diretoria local da JBS sobre o futuro da empresa instalada no município. Aldana também teve o mandato cassado na semana passada por maioria na Câmara.
Cerca de 2 mil empregados diretos dependem da JBS, ameaçada de retaliações depois que os irmãos Joesley e Wesley Batista e o executivo Ricardo Saud foram presos. O temor é de que o grupo possa encerrar total ou parcialmente as atividades devido à crise política e a revisão das delações.
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Em dois anos, dois prefeitos passaram por processos de impeachment em Montenegro. Para
trazer investimentos, a atual gestão pretende se esforçar para retomar a estabilidade política. Oficialmente, apenas três vereadores são da base governista, mas Kadu Müller diz que os outros legisladores estão empenhados em buscar o diálogo, "para o bem da cidade". Os vereadores e o prefeito em exercício reúnem-se uma vez por semana para planejar os rumos da administração municipal.
Além da JBS, Montenegro abriga outras grandes empresas como a John Deere, montadora de tratores, e a Fujikura, que produz cabos de alta tensão. Com o retorno do ICMS e com a cobrança de impostos municipais, Montenegro tem orçamento de R$ 180 milhões por ano. Cada folha de pagamento custa cerca de R$ 7 milhões por mês.
Nos próximos meses, Kadu pretende enviar para o Legislativo projetos que viabilizam maior arrecadação. Com as finanças equilibradas, o objetivo é usar o dinheiro para investir em estradas no interior do município.