Pouco antes de embarcar da Alemanha para o retorno ao Rio Grande do Sul, na manhã desta sexta-feira (8), o governador José Ivo Sartori concedeu entrevista a Zero Hora, na qual fez um balanço positivo da viagem.
Sartori viajou a Frankfurt na quarta-feira (6) em busca de investimentos alemães no Rio Grande do Sul. Visitou três grandes empresas que atuam no Estado: a Stihl, tradicional fabricante de ferramentas motorizadas, a SAP, produtora de software e sistemas digitais, e a Fraport, operadora do aeroporto de Frankfurt e que venceu a concessão para administrar o Salgado Filho.
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Para o governador, a viagem oficial mostra a disposição do governo para superar a crise.
– Apesar das dificuldades, não estamos paralisados – afirmou.
Confira, a seguir, a entrevista completa
Qual é o balanço destes dois dias de missão à Alemanha?
Foi além do que a gente esperava, especialmente na questão da Stihl, nos investimentos que vão fazer ao longo do tempo, inclusive no acréscimo de empregos, e na construção do centro de desenvolvimento e de pesquisa. Nesse sentido, acredito que há uma confiança importante, é sinal de que apesar de todas as dificuldades, não estamos paralisados. Alguns até perguntavam, de novo na Alemanha? Mas acho que essa da Stihl é extremamente importante.
No caso da Stihl, qual é a contrapartida do Estado?
Mantermos o que vinha sendo feito até hoje, com a prorrogação do que já estava combinado anteriormente. Também ver se vamos incluir novos parceiros ou sistemistas, que é uma questão que vamos estudar e analisar conjuntamente.
Incluir novos parceiros e sistemistas no Programa de Incentivos Fiscais?
Isso, dando oportunidade a outros, assim como foi feita a mudança do Fundopem para o sistema automotivo, que não foi apenas para uma empresa, mas para todas que estão na área automotiva do RS. O papel da unidade da Stihl no RS vai ocupar um grande papel na linha internacional, que é uma das maiores empresas de ferramentas motorizadas do mundo. O senhor passou o dia conhecendo as operações da Fraport no aeroporto de Frankfurt.
Qual é a sua expectativa em relação aos investimentos da Fraport no aeroporto Salgado Filho?
Saio daqui muito tranquilo. Tínhamos uma obrigação, porque eles tinham me visitado e me convidado a conhecer a Fraport. Depois estive em Brasília na assinatura do contrato de concessão junto com o governo federal, a Anac e os ministérios. E agora pela terceira vez, aqui, pude ver tudo. A primeira coisa que acho importante é a sinceridade, a franqueza e o estilo da empresa em querer ter responsabilidade social, de querer fazer a convivência, de avançar no processo que está aí com calma, tranquilidade e serenidade. Eles estão estudando isso e quando chegarem lá, vão começar com o processo de fazer a construção, acredito que a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem, depois de projetadas todas as ações e feitas as contratações para a construção.
Mas, acima de tudo, acredito eu que é importante porque, se conheço a economia alemã e o procedimento de grandes empreendedores alemães, é no sentido de carregar junto também pequenos empreendedores, o que chamamos de sistemistas, que vão trabalhar ao redor sendo fornecedores. Eles vão procurar também, assim como a Stihl fez, agregar trabalhadores da própria região. E acho que estávamos certos quando começamos modestamente com um plano de aviação regional, o que vai ter uma contribuição, já estamos operando em Santo Ângelo e Uruguaiana, fora os outros que já operavam anteriormente. Tudo vai fazer parte de uma conexão. E mostramos para eles a importância que tem o Estado no concerto do Mercosul
Sempre que viaja, o senhor é criticado por alguns setores do funcionalismo em razão do parcelamento dos salários dos servidores. Qual é a sua resposta para esse tipo de crítica?
Vou fazer o que precisa ser feito como governador, atrair investimentos e melhorar a economia. Não vou entrar diretamente no assunto porque a população toda reconhece a realidade financeira do RS. Alguns falam por falar e outros falam porque têm a oportunidade de dizer alguma coisa ou satisfazer os mais imediatos. Acredito que a realidade está aí. Qual o governante gostaria de parcelar salários? Mas também, até o dia 12, 13 ou 14, ou no máximo 10 dias úteis, todos recebem integralmente seus salários. O que não posso aceitar são aquelas pessoas que às vezes ganham muito além do teto e fazem críticas
O senhor vai tentar novamente aprovar na Assembleia a lei que garante que aqueles que ganham menos recebam antes?
Vou fazer de tudo, estamos estudando isso, vou fazer todo o esforço possível de novo, porque acho mais justo e correto que se pague antes os que ganham menos.