Nos últimos anos, os porto-alegrenses colecionaram notícias de fechamento de leitos para pacientes do SUS na Capital, apesar do aumento da população e da demanda. Hoje, a notícia é outra: Porto Alegre vai ganhar um novo hospital, o Santa Ana, com 208 leitos.
O Santa Ana será administrado pela Associação Educacional São Carlos, a mesma do Mãe de Deus. Em vez de construir um prédio, que seria caro e demorado, a prefeitura optou por alugar uma área ociosa do Hospital Espírita, no bairro Teresópolis, mas será uma estrutura totalmente independente. O dinheiro do aluguel vai ajudar na manutenção do Espírita, especializado em saúde mental.
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O contrato com a Associação São Carlos será assinado na segunda-feira e a expectativa do secretário municipal da Saúde, Erno Harzheim, é de que os primeiros serviços comecem a funcionar já em novembro. A instituição parceira é que vai se encarregar da reforma do prédio.
Quando o hospital estiver funcionando plenamente, já no inverno de 2018, a prefeitura vai investir nele R$ 2 milhões por mês para atender pacientes do SUS. O Santa Ana terá Unidade de Terapia Intensiva com capacidade para atendimento simultâneo de 20 pacientes, 16 leitos clínicos, 30 de saúde mental, 75 de longa permanência, 59 de retaguarda e oito de isolamento. O novo hospital ainda terá uma equipe do programa Melhor em Casa (que acompanha pacientes em domicílio depois da alta) e um Centro de Recuperação Auditiva e Intelectual.
Como Porto Alegre enfrenta uma grave crise financeira, a pergunta óbvia é: de onde o prefeito Nelson Marchezan vai tirar dinheiro para colocar um novo hospital em operação? Harzheim responde:
– É uma questão de prioridade. O prefeito prometeu na campanha melhorar o atendimento e nos deu autonomia. Começamos as negociações em 21 de março e faremos o lançamento na segunda-feira, às 9h30min.
Adepto do uso da tecnologia para melhorar a qualidade do atendimento e ampliar a oferta de serviços, o médico, que coordenava o projeto do Telessaúde, quer "subir a régua" em Porto Alegre. O Plano Municipal de Saúde, com as metas para o período de 2018 a 2021, indica que a gestão será ambiciosa e que vem aí uma série de novidades:
– Se os recursos são escassos, temos de multiplicá-los pela gestão.