A pouco mais de um ano da eleição, o quebra-cabeça da sucessão do governador José Ivo Sartori começa a ser montado em ritmo excepcionalmente lento.Nas eleições anteriores, a esta altura do ano, o quadro era bem mais definido. Desta vez, até pela Operação Lava-Jato e pela crise que os partidos enfrentam, são poucas as certezas. Uma delas é que o governador José Ivo Sartori (PMDB) será candidato à reeleição. A outra, que Jairo Jorge (PDT) corre sozinho pelo Interior, tentando se fazer conhecido fora da Região Metropolitana.
Aliados de Sartori reconhecem que ele está mal nas grandes cidades, mas lembram que a oposição também não conseguiu se estabelecer. Apostam que o fato de não estar sob investigação na Lava-Jato será um diferencial competitivo para Sartori, embora o PMDB esteja mergulhado no escândalo. Um sinal de que a estratégia é se descolar do PMDB nacional apareceu na propaganda partidária exibida nos últimos dias. O governador ocupou a maior parte do tempo e todos os comerciais, inclusive os que não eram protagonizados por ele terminavam com a mesma frase: "PMDB gaúcho: aqui é diferente".
Leia mais:
Bruno Miragem deixa o governo Marchezan
Depois de ter reduzido secretarias e cargos, Lajeado paga primeira parcela do 13º dos servidores
Edegar Pretto pede reunião com Sartori para esclarecer método usado na reintegração de posse
A grande questão é com quem ficará o PP, que integra o governo Sartori. Parte dos seus líderes flerta com o tucano Eduardo Leite, ex-prefeito de Pelotas, que retorna nos próximos dias de uma temporada de estudos na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Uma ala do PSDB, apoiada por empresários de peso, prefere o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha, mas ele já disse que não pretende concorrer. Caso o ex-prefeito de Pelotas seja candidato, cogita-se a possibilidade de uma chapa Leite-Leite, com ele na cabeça e a presidente da Federasul, Simone Leite (PP), concorrendo a vice. A prioridade do PP é reeleger a senadora Ana Amélia Lemos.
O PT ainda não abriu a discussão sobre a sucessão estadual, mas definiu em seu congresso que trabalhará pela reeleição do senador Paulo Paim. O novo diretório, que toma posse no próximo fim de semana, vai definir um calendário de discussão das questões eleitorais. O novo presidente, Pepe Vargas, garante que não será candidato e diz que o partido ainda não arquivou a ideia de ter o ex-governador Tarso Genro novamente na disputa.
Aliás
O PTB e o PSB estarão, mais uma vez, entre os partidos mais cortejados para alianças. O desejo de Beto Albuquerque, líder do PSB, é concorrer a uma das vagas ao Senado.