Depois de um bom tempo longe dos holofotes, se manifestando apenas pelas redes sociais, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Corte Joaquim Barbosa assistiu nesta quinta-feira pela manhã à primeira parte do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Barbosa chegou de surpresa ao plenário e causou correria entre os repórteres e fotógrafos. Minutos depois, recebeu saudações dos ministros Herman Benjamin e Napoleão Nunes Maia Filho.
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Um dia antes de visitar o TSE, na quarta-feira, o ministro admitiu publicamente que há chances de se candidatar à Presidência da República em 2018. Embora tenha ressaltado que “ainda hesita” em relação aos convites da Rede e do PSB, Barbosa disse não ignorar o resultado de pesquisas que o colocam entre os presidenciáveis com mais chances de sucesso na eleição. Marina Silva, da Rede, e Carlos Siqueira, do PSB, já sondaram o magistrado, que prometeu pensar no assunto.
Se a cláusula de barreira proposta na reforma política do Senado for aprovada na Câmara, a Rede, com apenas quatro deputados em Brasília, poderá deixar de existir.
De primeira linha
Conhecido pelo cavalheirismo, o ministro Luiz Roberto Barroso cometeu uma gafe na noite de quarta-feira, no STF. Em uma homenagem a Joaquim Barbosa, Barroso disse que ele era um “negro de primeira linha”.
Nesta quinta-feira, o ministro pediu desculpas, reconheceu que foi infeliz e afirmou que sua intenção era dizer que Barbosa se tornou “um acadêmico negro de primeira linha” para “celebrar uma pessoa que havia rompido o cerco da subalternidade chegando ao topo da vida acadêmica”.