O nível do debate da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado é compatível com o apelido de casa da mãe joana para o Congresso. Gritaria, troca de desaforos e até ameaça de agressão física marcaram a retomada da discussão da proposta. Pela gritaria, parecia mais uma briga de colegiais do que uma sessão para discutir o futuro das relações de trabalho.
Mesmo fragilizado pela delação premiada dos donos da JBS, o governo comemorou o recuo do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que havia ameaçado congelar o debate sobre a reforma por conta da crise política, mas voltou atrás.
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A oposição impediu a votação, mas o relatório de Ferraço foi dado como lido e será votado na próxima semana. O relator manteve o texto aprovado na Câmara e deixou para o presidente Michel Temer o compromisso de votar trechos com os quais o Senado não concorda, como a possibilidade de gestantes trabalharem em locais insalubres.
O sorriso do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), contrasta com a expressão do senador Paulo Paim (PT), um dos maiores críticos das reformas trabalhista e previdenciária. Paim teve de intervir para que dois colegas não se agredissem.