Sondado por empresários e por líderes políticos para ser candidato a governador em 2018, o economista Aod Cunha resiste usando uma justificativa que explica por que o quadro está tão indefinido a tão pouco tempo da eleição: a dificuldade em obter apoio para as medidas duras que terão de ser adotadas por quem assumir o Piratini em 2019. Faltando pouco mais de 16 meses para a eleição, o único pré-candidato confirmado é Jairo Jorge (PDT). O governador José Ivo Sartori (PMDB) dá sinais de que concorrerá à reeleição, mas ainda não assumiu a candidatura.
Filiado ao PSDB, Aod é o preferido de um grupo de empresários que deseja ver no Piratini um gestor comprometido com a austeridade fiscal e acredita que ele poderá ser a novidade de 2018, como Nelson Marchezan foi na eleição municipal de 2016 em Porto Alegre. O ex-secretário da Fazenda, que trocou a estabilidade da carreira de auditor fiscal pela incerteza do trabalho no setor privado – e não se arrepende –, desestimula as especulações em torno de seu nome:
– Minha resistência não é só de ordem pessoal, porque na hipótese de disputar e ser eleito eu iria trabalhar muito mais e ganhar bem menos. É saber que dificilmente conseguiria apoio político para implementar as mudanças necessárias na velocidade exigida pela situação.
Ainda que a candidatura não esteja no seu horizonte, Aod tem uma receita do que precisa ser feito para que o Estado supere as dificuldades e volte a crescer. Não é uma fórmula fácil, mas ele acha que é preciso propor as medidas amargas na campanha, para não enganar os eleitores. A receita passa pela redução do déficit previdenciário, mediante cobrança de uma contribuição extraordinária, por período determinado, dos atuais servidores que terão aposentadoria próxima da integralidade. As medidas amargas atingiriam também as empresas, com uma revisão criteriosa dos incentivos fiscais.
– Com recursos escassos, o Estado tem de se focar no essencial, que é educação, saúde e segurança. Precisamos de um choque de qualidade na educação, para recuperar as posições perdidas nos últimos anos.
O PSDB tem outro nome na lista dos possíveis candidatos: o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite, que está estudando nos Estados Unidos e retorna em junho.
Ainda com estrutura limitada no Estado, o Partido Novo poderá lançar um candidato para tentar capitalizar a insatisfação com os políticos tradicionais. O nome é tratado como segredo de Estado,
O PT, principal opositor do atual governo, ainda não tem candidato definido. Convidado, Tarso Genro disse não. À coluna, afirmou:
– Não tenho como meta nem como propósito e não acho adequado concorrer, por uma série de razões políticas e pessoais. Fui prefeito, deputado, ministro e governador. A ideia de ser candidato não me estimula.
Os outros nomes cogitados pelo PT são o ex-ministro Miguel Rossetto, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi e o deputado federal Pepe Vargas.