Fosse um filme, Brigitte, a mulher do novo presidente da França, Emmanuel Macron, mereceria uma interpretação magistral de Meryl Streep, que na juventude fez A Mulher do Tenente Francês. Com 63 anos, a professora Brigitte Macron é 24 anos mais velha do que o seu marido – e essa tem sido a informação mais repetida de sua biografia desde o triunfo do jovem que derrotou a ultradireitista Marine Le Pen.
A diferença de idade é quase a mesma que separa o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 71 anos daqui a um mês, da mulher, Melania, 47 completados em abril. Curioso é que no caso de Trump e Melania esses 24 anos são tratados com naturalidade. Homem bem mais velho do que a mulher, pode. É sinal de sucesso e de virilidade. Michel Temer, 76, é casado com Marcela, 33. São 43 anos de diferença e não causam o espanto que provoca a diferença de idade do primeiro-casal francês.
Os opositores de Macron chegaram a dizer que ele era gay e que o casamento com Brigitte não passava de um disfarce, mas os eleitores franceses não deram bola para os fuxicos. Por que não uma história de amor fora do convencional?
Brigitte, pelo que se sabe depois que teve sua vida escaneada na campanha eleitoral, é uma mulher inteligente, companheira e conselheira. Os dois se apaixonaram quando Macron era um menino de 15 anos, estudante do Ensino Médio, e ela, a professora de teatro e letras, casada e mãe de três filhos, tinha os mesmos 39 que ele tem hoje.
Os dois estão juntos há uma década. Por convicção ou por influência dela, na campanha Macron prometeu defender a igualdade de remuneração entre os gêneros e a aprovação da licença-paternidade. E anunciou que, nas próximas eleições para a assembleia nacional, metade das vagas de seu partido será reservada às mulheres.
