As vitórias obtidas pelo governo Sartori nas votações dos últimos dois dias têm as digitais de um trio de articuladores: o secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo, o líder na Assembleia, Gabriel Souza, e o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. O gabinete da liderança do governo se transformou no centro da articulação que resultou em vitórias improváveis até a semana passada.
Biolchi e Búrigo praticamente se mudaram para a Assembleia.Na terça-feira, Biolchi chegou ao prédio do Legislativo às 12h50min e só saiu às 10h10min do dia seguinte.
A extinção das fundações e da Corag só foi possível porque o PTB deu ao governo os votos que faltaram na sua base, depois da divisão do PDT. Ao perceber que não contariam com Enio Bacci e Juliana Brizola e que os demais deputados do PDT não estavam fechados com o pacote inteiro, os interlocutores do governo passaram a investir no PTB, que se declara independente.
Parte desses deputados votou pela convicção de que as eleições municipais mostraram que o eleitor quer um Estado mais enxuto. Nelson Marchezan, crítico do poder das corporações, foi eleito com um discurso em que admitia até a privatização da Carris.