A PEC da reforma política aprovada em dois turnos no Senado está preocupando integrantes de partidos pequenos no Rio Grande do Sul. O projeto, assinado pelo presidente do PSDB nacional, senador Aécio Neves, estabelece uma cláusula de barreira para as legendas que disputarão as eleições em 2018: para ter acesso ao fundo partidário e ao programa de rádio e de TV, precisarão de 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados.
Aqui no Estado, o deputado Missionário Volnei, que deixou o PR para integrar o PSC em março, mudou de ideia nesta semana. Na segunda-feira, às 11h, assinará sua filiação ao Partido da República, que o elegeu parlamentar em 2014. O convite foi feito por Giovani Cherini, que tomou posse como presidente estadual do PR em julho, depois de ter sido expulso do PDT.
De acordo com a assessoria do deputado estadual, a mudança na estrutura do partido ajudou no reingresso, já que Cherini se mostrou mais receptivo que o antigo presidente, Cajar Nardes. Além disso, a preocupação com a continuidade do PSC devido à cláusula de barreira foi determinante para a troca pelo PR, que na Câmara tem 41 deputados em exercício. O PSC conta com oito parlamentares em Brasília. Jair Bolsonaro, que trocou o PP pelo Partido Social Cristão em janeiro, também está pensando em trocar de legenda devido à barreira imposta pela PEC, se aprovada na Câmara nas próximas semanas.
Apesar de sair sem brigas do PSC, Volnei se queixa da baixa representatividade do partido no Rio Grande do Sul. Durante a campanha, o integrante da igreja Mundial do Poder de Deus viajou por todas as regiões do Estado pedindo votos, mas o resultado foi desanimador: o PSC conseguiu eleger apenas 14 vereadores no RS.