O partido do deputado Jardel, o PSD, pediu nesta segunda-feira à presidência da Assembleia Legislativa "maior celeridade" no processo que pode cassar o parlamentar. Ele é acusado de quebrar o decoro da Casa por, além de outras irregularidades, exigir parte do salário de servidores.
Em 2015, o PSD decidiu pela suspensão das atividades partidárias de Jardel, mas não expulsou-o da legenda. Segundo especialistas, se Jardel for afastado definitivamente do quadro político do PSD, a sigla perderia os cargos dispostos na bancada.
Em nota enviada à coluna, o partido diz entender que "nos dias atuais, não cabem mais condutas que estejam em desacordo com os padrões de ética e responsabilidade no manuseio do erário público".
Para tentar protelar a tramitação de seu processo, o deputado apresentou novo atestado médico neste mês, permanecendo fora da Assembleia até o dia 15 de dezembro.
Sumido
Jardel retornou à Assembleia na terça-feira, dia 22, após mais de 10 sessões afastado sem justificativa. Segundo o advogado Rogério Bassotto, durante o tempo fora, o deputado estava em Fortaleza cuidando da avó, que estaria doente.
Ele faltou à subcomissão destinada a ouvir o seu depoimento sobre o processo de quebra de decoro. Para justificar a ausência, enviou um atestado, dizendo que estava em tratamento para a depressão. A Assembleia contestou a justificativa, dizendo que o documento médico seria válido somente para as sessões que faltou, não para a reunião que trata sobre sua cassação.
O processo que envolve o mandato de Jardel foi paralisado pela Justiça quando estava pronto para ser votado em plenário. Uma liminar suspendeu o caso porque ele não foi ouvido na Comissão de Ética. Depois de tentar destravar o caso, sem sucesso, a Assembleia decidiu ouvi-lo. No entanto, não conseguiu encontrá-lo.
O Legislativo fez uma nova consulta ao Judiciário para saber se pode prosseguir com o processo sem ouvir Jardel, já que o parlamentar não compareceu ao depoimento. A Procuradoria aguarda um retorno dos magistrados.