Depois de sete semanas sem aparecer na Assembleia, o deputado Mário Jardel (PSD) esteve nesta terça-feira em seu gabinete, no 11º andar do prédio. Sem registrar presença na sessão plenária, Jardel subiu direto para sua sala, onde manteve reuniões durante a tarde com assessores.
Segundo o advogado Rogério Bassotto, durante o tempo afastado, o deputado estava em Fortaleza cuidando da avó, que estaria doente. Ele faltou à subcomissão destinada a ouvir o seu depoimento sobre o processo de quebra de decoro parlamentar. Para justificar a ausência, enviou um atestado, dizendo que estava em tratamento para a depressão. A Assembleia contestou a justificativa, dizendo que o documento médico seria válido somente para as sessões que faltou, não para a reunião que trata sobre sua cassação.
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O processo que envolve o mandato de Jardel foi paralisado pela Justiça gaúcha quando estava pronto para ser votado em plenário. Uma liminar suspendeu o caso porque ele não foi ouvido na Comissão de Ética. Depois de tentar destravar o caso, sem sucesso, a Assembleia decidiu ouvi-lo. No entanto, não conseguiu encontrá-lo.
Desde o início deste mês, o deputado está impossibilitado de acessar qualquer sistema eletrônico da Assembleia. Na semana passada, a Mesa Diretora da Assembleia decidiu suspender o pagamento do subsídio do parlamentar, devido ao afastamento injustificado, e dos funcionários do seu gabinete, porque a liberação do ponto se dava por um registro digital. Nesta terça, assim que chegou, Jardel solicitou o desbloqueio das senhas. O salário do parlamentar é de R$ 24.478,17.