Nelson Marchezan começou a ganhar a prefeitura de Porto Alegre no início do primeiro turno, quando escolheu a gestão de José Fortunati e Sebastião Melo como alvo de suas críticas. A estratégia surpreendeu Melo, que contava com o tucano para enfraquecer a esquerda, representada por Raul Pont e Luciana Genro, e logo descobriu que o jogo do adversário era outro. Marchezan percebeu que só cresceria se encarnasse o papel de candidato capaz de mudar o que está errado na cidade e bateu sem piedade na administração municipal, atacando exatamente os pontos que incomodam o eleitor: a falta de segurança, os problemas na saúde, as obras inacabadas.
O sucesso de Marchezan pode ser resumido em cinco pontos:
1. COMUNICAÇÃO – Além de o candidato expressar-se com facilidade nos debates, a equipe de comunicação encontrou o tom já nos primeiros programas, associando o candidato ao novo, sem vínculo com a atual administração, embora o PSDB tenha participado dos governos de José Fogaça e José Fortunati.
2. ONDA LIBERAL – Marchezan foi beneficiado pela onda antipetista que varreu o país de norte a sul e elegeu ícones do liberalismo, como João Dória em São Paulo.
3. ATUAÇÃO NA CÂMARA – A contundência do discurso como deputado seduziu eleitores descontentes com a política tradicional.
4. APOIO DO PP – Com o PSDB dividido e boicotado por companheiros que não aceitam a intervenção no diretório estadual, Marchezan encontrou no PP um partido articulado. Mesmo que no início tenha se dividido entre ele e Melo, na campanha o partido se uniu.
5. DINHEIRO FARTO – Mesmo com a proibição de doações empresariais, Marchezan juntou (até sexta-feira), R$ 2,76 milhões em doações de pessoas físicas e do partido, o dobro do valor declarado por Melo.