Realizados na noite passada nas 12 cidades com emissoras da RBS TV, os últimos debates do primeiro turno da eleição no Rio Grande do Sul serviram para confirmar a escolha de quem já se decidiu e para os indecisos formarem opinião. Os confrontos permitiram comparar propostas, avaliar a consistência das promessas e conferir o grau de equilíbrio dos candidatos. Diferentemente dos programas exibidos na propaganda eleitoral, em que é possível regravar e editar, no debate o candidato acaba se mostrando como realmente é, expondo fortalezas e fragilidades.
Em Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), Raul Pont (PT), Nelson Marchezan (PSDB), Luciana Genro (PSOL) e Maurício Dziedricki (PTB) protagonizaram um debate de alto nível, com mais propostas e menos ataques.
Luciana e Marchezan cancelaram a agenda de ontem para se preparar. Pont e Dziedricki tiveram compromissos pela manhã e reservaram a tarde para estudar as questões da cidade. Melo cumpriu agenda pela manhã e à tarde e teve pouco tempo para se dedicar à preparação.
Candidato da situação e líder nas pesquisas, Melo enfrentou críticas dos principais adversários e adotou a mesma postura dos debates anteriores: reconheceu que Porto Alegre tem problemas, mas dedicou mais tempo a falar do que foi feito nos governos de José Fogaça (PMDB) e José Fortunati (PDT) e no que pretende fazer se for eleito.
Marchezan escolheu Melo como seu principal adversário, embora as pesquisas indiquem que está numa disputa direta com Pont e Luciana por uma vaga no segundo turno. Foi aquele que mais criticou a administração municipal e foi chamado de “oposicionista de ocasião” por Melo, já que o PSDB participou dos governos de José Fogaça e José Fortunati e ocupou cargos na prefeitura até o ano passado. Todas as vezes em que pôde escolher a quem perguntar, Marchezan questionou Melo, deixando clara a estratégia de conquistar eleitores apontando problemas dos 12 anos de gestão do PMDB e do PDT em todas as áreas.
Para não polemizar com os candidatos com quem disputa o segundo lugar nas pesquisas, na maioria das vezes Luciana escolheu Dziedricki para questionar. Ele devolveu a gentileza e os dois acabaram travando um debate à parte, com perguntas que permitiram expor suas propostas sem precisar se defender de críticas.Raul Pont acabou ficando em segundo plano porque os adversários evitaram questioná-lo. Melo foi o que mais perguntas dirigiu ao ex-prefeito, comparando obras das gestões do PMDB e do PDT com as das gestões petistas.
Com a indicação de assuntos para abordagem, os candidatos acabaram por tratar dos temas mais relevantes para a cidade: educação, segurança, saúde, transporte público, geração de empregos e desenvolvimento econômico.
