Prestes a deixar a Secretaria da Segurança do Rio depois de 10 anos, o delegado federal José Mariano Beltrame voltou a figurar na lista de desejos do governador José Ivo Sartori para comandar a segurança no Rio Grande do Sul. Beltrame já havia sido convidado na época da formação do governo, mas preferiu continuar o trabalho no Rio e indicou Wantuir Jacini para o cargo.
Com a queda de Jacini, precipitada pela morte de Cristine Fonseca Fagundes em frente ao Colégio Dom Bosco, na semana passada, o vice-governador José Paulo Cairoli assumiu o comando da área, em caráter provisório. Sartori está em busca de um nome que conheça a segurança, seja capaz de liderar a Brigada Militar e a Polícia Civil, tenha personalidade para disputar as escassas verbas na Secretaria da Fazenda e, de quebra, saiba se comunicar. Beltrame se encaixa perfeitamente nesse figurino. O problema é convencê-lo a aceitar a missão.
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De acordo com informações de integrantes do governo, a falta de dinheiro para investimentos praticamente inviabiliza essa opção. Gaúcho de Santa Maria, o ainda secretário do Rio planeja tirar um período sabático e, depois, trabalhar como consultor na área de segurança.
Outro nome especulado internamente é o do secretário da Fazenda, Giovani Feltes. O próprio Cairoli, em reuniões do secretariado, chegou a sugerir que Feltes assuma a Segurança. Deputado federal licenciado, ele não demonstrou interesse em trocar a espinhosa gestão das finanças por uma pedreira ainda maior. Para quem precisa de votos, seria uma opção de altíssimo risco.
O governo vem sendo pressionado pelos partidos aliados a apresentar respostas rápidas na área de segurança. Nesta quarta-feira, os deputados Frederico Antunes e Sérgio Turra apresentaram a Cairoli, em nome do PP, documento com sete medidas necessárias para combater a violência.
Várias dessas medidas são coincidentes com providências já adotadas pelo governo, como a decretação de situação de emergência do sistema prisional, para ampliar o número de vagas. Os deputados também pedem pressa no envio de projetos que permitam a permuta ou doação de prédios ou terrenos para a construção de novos presídios e a definição de um modelo de convênio para que os municípios possam criar programas de auxílio aos policiais.