Depois do empate em 53 a 53 entre o grupo que apoiava a aliança com Sebastião Melo (PMDB) e o que preferia Nelson Marchezan (PSDB), o PP fez um acordo em nome da unidade. Na convenção marcada para o final da tarde, não haverá disputa. Por aclamação, o PP vai referendar a aliança com Marchezan e indicar o advogado Gustavo Paim como candidato a vice.
O acordo começou a ser costurado na terça-feira, em reuniões e conversas por telefone, amarrado em um café da manhã no hotel Radisson e selado ao meio-dia, em um encontro dos principais caciques. Melo foi convidado para o café e disse aos dirigentes do PP que nunca seria empecilho à unidade do partido. Lembrou que só conseguiu construir uma aliança de 11 partidos porque respeitou o tempo e as diferenças de cada um.
Raul Cohen, que havia se lançado candidato a vice-prefeito, abriu mão em favor de Gustavo Paim. PP e PSDB vão estender a aliança à eleição para a Câmara de Vereadores.
A única sequela aparente da decisão foi a saída do ex-prefeito João Dib do diretório municipal. Dib defendia a aliança com Melo, até porque o PP continua no governo de José Fortunati, mas foi voto vencido. Por discordar da forma como a decisão foi tomada, afastou-se.
Principal articulador da aliança com Marchezan, o vereador Kevin Krieger, presidente do PP em Porto Alegre, acredita que ele pode ser a novidade da eleição. Embora o PSDB participe dos governos de José Fortunati em Porto Alegre e de José Ivo Sartori no Estado, Krieger acredita que não será atingido pela impopularidade dos dois governos, já que o PSDB não tem protagonismo em nenhum dos dois governos.
A expectativa dos dirigentes do PP é de que Marchezan critique o que considerar errado na gestão da prefeitura, mas sem fazer ataques, para não implodir as pontes no segundo turno. Como Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL) devem bater fortemente na administração municipal, o pedido do PP é para que Marchezan faça uma campanha mais propositiva.