O presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, e o ex-governador Olívio Dutra estiveram reunidos com o ex-presidente Lula nesta sexta-feira em São Paulo. No encontro, que durou cerca de duas horas, os gaúchos prestaram solidariedade ao colega de partido e o convidaram para a manifestação pró-governo marcada para o dia 18, em Porto Alegre.
De acordo com Vanazzi, Lula está revoltado com a postura seletiva do Poder Judiciário e da Polícia Federal. Para o antecessor de Dilma Rousseff, as decisões são baseadas em ideais políticos, não contribuindo para a democracia. Apesar do descontentamento, o presidente do PT do Rio Grande do Sul diz que achou Lula tranquilo com o futuro:
– O ex-presidente está muito tranquilo, seguro, confiante e disposto a viajar pelo Brasil inteiro.
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Os petistas defendem o combate à corrupção, mas sem condenações e denúncias seletivas. Eles conversaram também sobre a necessidade de serem mais duros nas atitudes "em defesa contra o golpe".
– O Lula chegou a dizer que já comprovou que não é dono do triplex nem do sítio. Aí ele falou: "O que mais eu posso fazer?" – afirma Vanazzi.
A suposta vaga destinada ao ex-presidente no ministério de Dilma também foi assunto da reunião. A Olívio Dutra e Ary Vanazzi, Lula não desmentiu nem confirmou a ida para a equipe do governo federal.
– Ele sempre negou. Para nós, não disse nem que sim, nem que não. Lula acha que tem outro papel para cumprir. Ele tem a consciência tranquila do que construiu e acha que Dilma tem autonomia para tocar o governo – explica Vanazzi.
Lula recebeu dos colegas uma opinião bem clara do PT gaúcho: não deve assumir cargo algum no governo federal.
– Nós aqui do PT temos contrariedade. Acreditamos que seja tudo especulação. Tudo o que envolve o nome do Lula tem o objetivo muito claro, que é um debate político de conceitos e de valores – conclui Vanazzi.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu as portas de seu instituto, na capital paulista, para receber aliados e amigos das mais variadas correntes. Um dos presentes foi o ex-líder do governo e também investigado na Operação Lava-Jato Cândido Vaccarezza.