BIENAL DO TRIÂNGULO (1)
Na próxima segunda-feira, a Bienal do Mercosul fará no Margs a apresentação oficial do alemão Alfons Hug como curador de sua 11ª edição, prevista para se realizar em Porto Alegre a partir 5 de abril de 2018. Gilberto Schwartsmann, diretor presidente da mostra de arte, adiantou para a Contracapa alguns pontos do projeto – cuja temática foi batizada de O Triângulo do Atlântico.– Essa poderosa figura imaginária traduz quem somos e de onde viemos. Nos três vértices, situam-se América, Europa e África. E, com esse pano de fundo,serão apresentados pela curadoria os seus desdobramentos na arte contemporânea – explica Schwartsmann. O plano é extrapolar esse “triângulo”em outras manifestações artísticas e culturais, como cinema, música,literatura, fotografia etc., por meio de seminários e debates ao longo deste ano.– Minha ideia é fazer com que a Bienal seja percebida como um bem muito precioso de todos os gaúchos. Faremos um projeto de uma Bienal Virtual,para que ela tenha capilaridade e atinja virtualmente regiões e pessoas que normalmente não têm acesso a ela.
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BIENAL DO TRIÂNGULO (2)
O presidente quer tornar a Bienal um evento permanente, para além dos dois meses da exposição propriamente dita, com atividades também ao longo de todo o ano:– Iniciaremos em março agora uma atividade coordenada pelo Britto Velho (artista plástico), em que, no último sábado de cada mês até a exposição,artistas voluntários pintarão com crianças nas praças públicas de Porto Alegre, desenvolvendo a temática da mostra.Animado, Schwartsmann sustenta que o conceito permite ainda trabalhar questões de inclusão relativas a grupos como negros, indígenas e deficientes:– Imagine um projeto em braile!Artes visuais para deficientes visuais!
BIENAL DO TRIÂNGULO (3)
Outra ação revelada por Schwartsmann é que o curador Hug organizará viagens de artistas a locais onde houve entrepostos de vendas de escravos, a fim de que eles criem obras especialmente para a Bienal nesses lugares. O roteiro inclui destinos como o Bairro Brasileiro em Lagos,na Nigéria, fortalezas de escravos na África Ocidental, quilombos no Rio Grande do Sul, o Cais do Valongo,no Rio de Janeiro, o Museu da Marinha,em Lisboa, e a ilha de Lampedusa, na Itália.Já a âncora histórica da exposição terá obras escolhidas do acervo particular de arte nigeriana antiga do colecionador Olufemi Akinsanya.– Em resumo, temos poucos recursos financeiros, mas muito entusiasmo.