O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instalou na terça-feira (10) a Comissão da Memória e da Verdade “Enrique Serra Padrós”.
A iniciativa visa, entre outros objetivos, documentar episódios vividos pela comunidade acadêmica durante da ditadura militar, que se estendeu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
Conforme a professora da Faculdade de Direito e coordenadora-geral da Comissão, Roberta Camineiro Baggio, a ideia nasceu há mais de 10 anos na comunidade acadêmica e agora foi colocada em prática.
— É uma oportunidade de reunir o esforço de diversas pessoas que trabalharam ao longo desses anos. Vamos organizar materiais, arrecadar documentos e reconstruir episódios de perseguições vividas naquela época — comentou à coluna.
Segundo a professora, já há registros e documentos reunidos ao longo dos últimos anos, como, por exemplo, de professores expurgados durante a ditadura.
— Temos registros de pelo menos 40 professores, alguns em 1964 e outros em 1969, que foram perseguidos, mas não sabemos, por exemplo, a quantidade de estudantes. Queremos puxar a ponta do novelo.
Integram a comissão representantes dos cursos de Direito, História, Arquivologia entre outros membros da comunidade acadêmica.
— A democracia é uma constante construção. Essa Comissão é uma ponte entre o passado e o presente. É um jeito de mostrar às novas gerações o que foi a ditadura militar e para que as pessoas valorizem a democracia.