A enchente no Rio Grande do Sul foi destaque na tarde desta segunda-feira (18) durante um ato do Greenpeace na COP29, que ocorre em Baku, no Azerbaijão. A organização ambientalista exibiu objetos de vítimas de diferentes tragédias climáticas que ocorreram no último ano.
Do Brasil, os ativistas mostraram três itens: uma calça jeans, um brinquedo Lego e um disco em vinil de Paulinho da Viola.
Os objetos, ainda com as marcas da lama, foram recolhidos em Canoas, na Região Metropolitana, durante a enchente de maio.
A exibição dos itens remanescentes do desastre gaúcho foi feita pela diretora de Campanhas do Greenpeace Brasil, Raíssa Ferreira, na Blue Zone (Zona Azul), a área onde ocorrem as negociações da COP29.
Além de Raíssa, outros nove ativistas apresentaram objetos pessoais de seus países atingidos por eventos extremos. Havia também representantes de Tuvalu, Espanha, África do Sul, Filipinas, Austrália, Itália, Camarões, Bélgica e Indonésia. Todos foram atingidos por alguma tragédia climática ao longo dos últimos meses. Na Espanha, por exemplo, a região de Valência enfrentou grandes enchentes recentemente. Nas Filipinas, são frequentes os tufões.
Cada um dos ativistas abria uma caixa e explicava a tragédia em seu país: havia uma bola, por exemplo, retirada das inundações na Áustria, uma boneca, das cheias na África do Sul.
Segundo Raíssa, a ideia do ato, acompanhado pela imprensa internacional presente em Baku, foi chamar a atenção de que, além dos números e das perdas financeiras provocadas pelos eventos extremos, há vidas, pessoas que perderam seus familiares e residências.
- O principal é fazer um pedido para que os poluidores paguem: eles lucraram décadas e agora têm de pagar - disse.
Todos os protestos dentro da área da conferência são acordados com a ONU e têm hora e local pré-determinados para ocorrer. Manifestações espontâneas são proibidas durante a COP.