Uma vez que a COP29 é a antessala da COP30, em Belém, o governo brasileiro intensificou, nas últimas 24 horas, os esforços para salvar a conferência de Baku do fracasso.
O que seria essa fracasso? O documento final, a ser divulgado entre hoje e amanhã, não conter o chamado "quantum", um novo valor a ser emitido pelos países desenvolvidos às nações em desenvolvimento, a cada ano, para ações de transição energética e adaptação aos eventos extremos. O valor atual, de US$ 100 bi, estipulado em 2009, não foi cumprido.
Nas horas finais da COP29, o Brasil intensificou as conversas bilaterais com atores-chave, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e autoridades de China, Austrália, União Europeia e Reino Unido.
A ausência dos EUA é proposital. O contexto não ajuda: a eleição de Donald Trump, que assume em 20 de janeiro, coloca os americanos fora da missão de limitar a temperatura média do planeta a 1,5°C em relação ao período pré-industrial.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que recrudesceu nesta semana, dificulta ainda mais o esforço multilateral. Se a COP29 não recuar, retirando do papel final a menção à redução de uso de combustíveis fósseis, já será algo a se comemorar.