Qualquer bom vendedor sabe que, para conquistar o cliente, é preciso criar necessidade. O consumidor só irá comprar algo se reconhecer valor - real ou imaginário - naquilo que lhe é oferecido. É o famoso "o que eu vou ganhar com isso?"
Grosso modo, é o que, espera-se, ocorra com a regulamentação do mercado de carbono, projeto aprovado pelo Congresso na terça-feira (19) e que segue para sanção presidencial.
O mecanismo tem capacidade de inverter a lógica e conquistar, quem sabe, até o empresário mais cético (ou negacionista) das mudanças climáticas. Afinal, acredite ou não no aquecimento global, ele poderá ganhar dinheiro (e muito), se fizer o tema de casa ambiental.
Pelas regra do recém-batizado Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), a empresa que investir em tecnologia mais limpas, poderá vender crédito de carbono por aí. O empresário irá parar de ver o tema climático como ônus, e poderá entendê-lo como bônus.
O Brasil entra tarde nesse mercado complexo e em expansão. Mas antes tarde do que mais tarde. O planeta agradece.