Representando o Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Maria Silva, recebeu, oficialmente, "as chaves" para o país sediar a COP30, em Belém, em novembro de 2025. A cerimônia ocorreu na plenária final da COP29, em Baku, no Azerbaijão, na noite deste sábado (23).
A cerimônia ocorreu em meio a indefinições sobre o documento final da conferência, alvo de divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação às metas de financiamento climático.
Ao discursar, Marina agradeceu ao Azerbaijão e à presidência da COP29 pela "acolhedora hospitalidade e dedicado empenho para nos conduzir até aqui".
- É com grande senso de responsabilidade e ciente do enorme desafio coletivo que nos está sendo entregue, que o Brasil recebe, do Azerbaijão, a presidência designada da Conferência das Partes - disse.
Marina fez uma espécie de resumo dos desafios das duas últimas COPs - em Dubai, em 2023, em Baku, em 2024 -, lançando um olhar para a conferência do ano que vem, que ocorre no coração da Floresta Amazônica.
- Dubai foi a COP do alinhamento dos esforços que precisamos empreender para não ultrapassar 1,5 de temperatura da Terra. Aqui, no Azerbaijão, nossa principal tarefa é a de fazermos com que esse alinhamento tenha os recursos necessários, recursos financeiros e meios de implementação para cumprirmos a missão 1,5. Até a COP30, nosso objetivo central passa a ser alinhar NDCs suficientemente ambiciosas para alcançar a missão 1,5 - disse.
Na COP28, os países acertaram, no documento final, a intenção de caminhar para um mundo com menos uso de combustíveis fósseis. Nesta, em Baku, o objetivo central seria renovar a meta de financiamento climático (valor pago pelos países desenvolvidos às nações em desenvolvimento), alvo de divergências. Na COP em Belém o desafio proposto é que as nações estabeleçam novas metas de cortes de emissões de gases poluentes (as chamadas NDC).
O documento final da COP29 foi acertado já no período da prorrogação, na madrugada de domingo no Azerbaijão. A conferência deveria ter encerrado na sexta-feira (22), mas países desenvolvidos fizeram uma proposta de financiamento climático (entrega de US$ 250 bilhões por ano até 2035), que foi considerada insuficiente pelas nações em desenvolvimento. Ao final, houve consenso em relação a elevar essa cifra para US$ 300 bi anuais.
O presidente da COP de Belém
O Brasil ainda não indicou quem será o presidente da COP29, de Belém. Especula-se que Lula nomearia o vice-presidente Geraldo Alckmin para a missão. A ideia do governo brasileiro é indicar um “nome forte” para comandar a conferência. Mas também são cotados o secretário do clima e meio ambiente do Itamaraty, André Corrêa do Lago, e a secretária de mudança climática do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni.