Os gaúchos conhecem bem o drama que vem sendo enfrentado por boa parte dos paulistas desde o temporal de sexta-feira (11), que deixou mais de 2,6 milhões de pessoas sem energia elétrica em São Paulo e região metropolitana. Não se trata apenas de uma tormenta que resultou em um apagão.
Há, por trás, polarização política, jogo de empurra, culpa atribuída às árvores, falta de previsão de retorno do serviço e, mais de 72 horas depois de chuva e vento, centenas de clientes ainda sem luz.
Eventos climáticos extremos, que derrubam postes, árvores e fiação, não podem mais ser tratados como algo fora da curva. Uma parte da responsabilidade recai sobre as concessionárias, como a Enel, que fornece eletricidade à capital paulista e a outras 23 cidades do Estado desde 2018, ou a CEEE Equatorial e RGE, que atendem os municípios gaúchos. As empresas precisam ter planejamento e resposta rápida às intempéries.
A outra responsabilidade cabe aos governos. No momento em que privatizações e concessões de serviços essenciais se tornam opção diante da ineficiência do Estado, são necessásias agências reguladoras com mais autonomia, independência e tecnicamente robustas. Sob risco de se penalizar o consumidor - e o que já era ruim ficar pior.