O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), órgão ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lançou um manifesto na terça-feira (20) sobre a construção de uma tubulação que levará efluentes desde a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) II, em Xangri-Lá, até o ponto de descarte final da rede, na bacia do Rio Tramandaí.
O Ceclimar apontou que, mesmo realizado o tratamento do esgoto, parte dos contaminantes ainda seria descartada nas águas do Rio Tramandaí. Por exemplo, substâncias que não são removidas durante o tratamento, como produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, medicamentos, inseticidas, pesticidas, microplásticos, metais pesados, entre outras descartadas por residências, comércios e indústrias.
O órgão também apontou que a contaminação poderia, inclusive, afetar a pesca cooperativa entre botos e pescadores.
Os pesquisadores da UFRGS afirmaram, ainda, que o rio conta com baixa profundidade dos corpos hídricos, ou seja, pouca circulação de água, o que poderia fazer com que as substâncias permanecessem por mais tempo na bacia (leia aqui a íntegra do manifesto).
A obra da Corsan tem 21 quilômetros, iniciou-se ainda no primeiro semestre e deve ficar pronta em 2025. Atenderá Xangri-Lá e Capão da Canoa. A concessionária garante que todo esgoto será tratado e que terá 95% de eficiência no tratamento. Uma audiência pública organizada pelo Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte Gaúcho (MOVLN) foi realizada na quarta-feira (14), com posicionamentos contrários a obra.
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