A proposta de reestruturação da máquina pública é a segunda pauta de interesse do governo do Estado “barrada” às pressas e poucas horas antes da votação. Nos dois casos, correria e certa ansiedade.
Primeiro, o projeto do aumento de ICMS e agora a mudanças em carreiras. São, entretanto, temas diferentes.
O primeiro, em dezembro de 2023, propunha a elevação de 17% para 19,5% da alíquota. Havia pressão de deputados da oposição, de empresários e de parte da sociedade civil pela não aprovação. Mais da metade dos votos seria contrária, e Leite retirou a pacote ao apagar das luzes. Na época, faltou conversa com os setores.
Em abril, o projeto voltou à a pauta, com o aumento para 19%. Dessa vez, houve diálogo e certo apoio de setores, mas, novamente, não teve apoio das bancadas.
Agora, o projeto da reforma administrativa, que deveria ser votado na sexta-feira, foi adiado pelos líderes das bancadas. O principal motivo foi a dificuldade dos próprios deputados – inclusive da base – em analisar detalhes e impacto das propostas, devido ao tamanho do documento.
Um parlamentar disse à coluna que outro dos motivos para adiamento seria a ausência do presidente da Assembleia, Adolfo Britto (PP), afastado por questões médicas, e que “não teria o clima” esperado pelo governo para a pauta ser votada tendo o vice, Paparico Bacchi (PL), à frente dos trabalhos.
Apesar de não contar, novamente, com apoio do setor empresarial, já que a Federasul taxou como “inoportuna” a reforma, o projeto deve ser votado ainda neste mês, durante o recesso. É mais tempo para os parlamentares analisarem o calhamaço de 318 páginas recheadas de tecnicidade. Apesar da resistência, que permanecerá, deve ser, ao final, aprovado.
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