O ministro Paulo Pimenta encaminhou nesta terça-feira (7) ofício à Polícia Federal e à Advocacia-Geral da União (AGU), pedindo apuração de ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação sobre as ações do governo durante a tragédia no Rio Grande do Sul. Nas cinco páginas do texto, o titular da Secretaria de Comunicação (Secom) alega "impacto da desinformação sobre as instituições e credibilidade do Estado no atendimento às crises".
"Recentemente, a Secretaria de Comunicação Social foi informada sobre a existência de narrativas desinformativas e criminosas vinculadas às enchentes e desastres ambientais ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul". No ofício, o ministro afirma que permanece a disseminação de desinformação relacionada à atuação do Exército e argumentos conspiratórios de que a calamidade teria sido planejada.
"Os conteúdos afirmam que o governo federal não estaria ajudando a população, de que a FAB (Força Aérea Brasileira) não teria agilidade e que o Exército e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estariam impedindo caminhões de auxílio.
A propagação de falsidades, alega Pimenta, pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando esforços de evacuação.
- Quem está se aproveitando da tragédia que vivemos para cometer crimes, seja nas regiões afetadas pelas chuvas ou no ambiente digital, será investigado e responsabilizado conforme a lei. Não vamos tolerar que ações mal-intencionadas comprometam o trabalho de resgate e salvamento de vidas - diz Pimenta.
No texto, são elencados 11 casos de postagens feitas por influenciadores e políticos, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em redes sociais. É citado post em que o parlamentar menciona que o governo levou quatro dias para enviar reforços ao Estado. Também são citados compartilhamentos de boatos de que nove pessoas teriam morrido na UTI do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Canoas, desmentido pelo prefeito Jairo Jorge. Outra postagem citada faz referência ao fato de que a tragédia teria sido planejada pelo governo federal como "tática para manipular e controlar as massas".