Rodrigo Lopes

Rodrigo Lopes

Formado em Jornalismo pela UFRGS, tem mestrado em Ciência da Comunicação pela Unisinos e especialização em Jornalismo Ambiental pelo International Institute for Journalism (Berlim), em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário, e em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS. Tem dois livros publicados. Como enviado do Grupo RBS, realizou mais de 30 coberturas internacionais. Foi correspondente em Brasília e, atualmente, escreve sobre política nacional e internacional.

Na Itália
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De forma confidencial, diplomata gaúcha atuou na operação de traslado do corpo de Ayrton Senna

Lotada em Roma, Leda Camargo tratou dos trâmites nas horas dramáticas após o acidente

Rodrigo Lopes

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Milton Machida / Estadão Conteúdo
A despedida a Senna em São Paulo

Coube a uma diplomata gaúcha organizar alguns dos trâmites mais dolorosos envolvendo a morte do ídolo Ayrton Senna, há exatos 30 anos. 

Logo após aquele longo e doloroso domingo de 1º de maio de 1994, Leda Lúcia Camargo foi encarregada de negociar e marcar, por telefone e confidencialmente, com as autoridades italianas e os médicos-legistas, a autópsia do herói brasileiro no Hospital Maggiore, de Bolonha. 

Ao mesmo tempo, junto com o cônsul-geral do Brasil em Milão, embaixador José Botafogo, a embaixada tratava do traslado do corpo, atendendo ao desejo da família de embarque em voo da Varig, que saísse de Paris.

Leda, hoje aposentada e morando em Porto Alegre, era, à época, chefe do setor Político e de Imprensa da Embaixada do Brasil em Roma. Ela conta em seu livro "Os diplomatas e suas histórias": "fizemos necessárias gestões e providências para solicitar à Força Aérea Italiana (FAI) um avião especial que partisse de Bolonha para levar o esquife do três vezes campeão mundial de F1 até Paris. É muito delicado e até hoje muito triste e emocionante relembrar".

Marco Favero / Agencia RBS
Leda Camargo

Para a entrada do ataúde com o corpo de Senna no avião da FAI, foi necessário retirar a moldura da porta da aeronave. E, para que o caixão do piloto não viajasse no porão da aeronave da Varig como carga, de Paris para São Paulo, as cadeiras de passageiros da parte posterior do avião foram retiradas. O voo pousou na capital paulista, em um Brasil comovido, em 4 de maio.

"Muitas vezes falei com jornalistas tendo que segurar o pranto. Nos dias seguintes, recebemos na embaixada dezenas de cartas de pêsames, que separei, muitas vezes chorando, para enviar à família de Senna", lembra Leda no livro.

"Engasgávamos dentro da embaixada constantemente, durante os quatro dias que durou todo o processo. Foi grande desgosto ter que trabalhar com aquela dor que sabia ser a de cada brasileiro e a de todo nosso país", acrescenta.

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