Catástrofes como a que o Rio Grande do Sul vive costumam evidenciar o melhor e o pior do ser humano. No meio da madrugada, enquanto o repórter Gustavo Gossen transmitia em som e imagens na Rádio Gaúcha e GZH a emocionante imagem da corrente humana no bairro Mathias Velho, em Canoas, para o salvamento de pessoas ilhadas em meio à escuridão, as redes sociais estavam impregnadas de mentiras.
A certa altura, ao microfone, a sensação era de que passávamos mais tempo desmentindo boatos do que trazendo novas informações. Uma das "fake news" que se espalhavam pela madrugada insone dos gaúchos era de que milhares de corpos estavam boiavam em Canoas. A informação foi desmentida pelo prefeito Jairo Jorge, que confirmou duas mortes. Outra das mentiras apareceu por volta das 4h30min: o Muro da Mauá teria se rompido, conforme dezenas de mensagens nos grupos de WhatsApp. A informação foi negada pelos bombeiros.
Não bastasse a desinformação nas redes, apareceram os aproveitadores. Quase no final da madrugada apareceu o alerta de que aproveitadores estavam utilizando a imagem do card do governo do Estado e reescrevendo por cima outro número para desviar o dinheiro de doação financeira - preste atenção, o número correto é o CNPJ 92.958.800/0001-38. Confirma bem antes de ajudar.
Após circulação de boatos, o governo estadual reforçou que é falso que doações estariam sendo retidas em postos para cobrança de impostos. As doações estão passando com isenção de taxas.
Pela manhã, surgiu a informação de que criminosos tentavam furtar barcos e motos aquáticas de voluntários em Canoas e São Leopoldo. Infelizmente, por mais inacreditável que pudesse parecer, essa não era fake news.