A nota do Itamaraty em relação às mortes das últimas 24 horas na Faixa de Gaza evidencia, pelo teor bastante duro do texto, que as críticas à ação israelense na atual guerra contra o Hamas não são fruto de discursos pouco pensados ou palavras de improviso do presidente Lula. É política de governo.
"O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal", diz o trecho do texto.
As palavras "limite ético ou legal" eleva o tom e deve ser respondida à altura, nas próximas horas, pela chancelaria israelense.
Outro trecho da nota é bastante significativo. O governo brasileiro considera "declarações cínicas e ofensivas às vítimas" por parte de Israel.
"Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana", disse a diplomacia brasileira.
Uma declaração de governo, vinda do Itamaraty, conhecido pela postura neutra e apaziguadora, era a variante que faltava para uma medida diplomática mais drástica do que o chamamento dos embaixadores. Não descartaria o rompimento de relações e fechamento mútuo das embaixadas.