Mais cedo, a coluna mostrou um dos estudos que foram entregues, durante a COP28, em Dubai, à prefeitura de Porto Alegre sobre a situação climática da Capital.
Esses documentos foram divulgados nesta terça-feira (5) e realizados pela consultoria técnica formada pela WayCarbon, em consórcio com o Iclei América do Sul, Ludovino Lopes Advogados e Ecofinance Negócios. Um dos trabalhos diz respeito às ameaças climáticas na Capital (você pode ler aqui).
O outro trabalho aborda o uso da água na Capital, a chamada "Pegada Hídrica":
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que entre 50 e 100 litros de água são suficientes para uma pessoa por dia. O estudo indicou que, em 2022, conforme o abastecimento diário do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Porto Alegre utilizou, em média, 328 litros de água por habitante.
É muito, demais, eu afirmo.
No mínimo, é três vezes mais do que o recomendado pela OMS. No máximo, é seis vezes mais.
Os porto-alegrenses precisam atentar para isso! Em ações diárias: ao lavar a louça, no chuveiro, ao regar plantas no jardim...
Sobre o tratamento de esgoto, a chamada "Pegada Hídrica cinza", o trabalho indica o comprometimento da qualidade da água nos corpos hídricos (rios, arroios, Lago Guaíba). Isso se dá, em maior parte, devido ao esgoto não tratado (cerca de 40% do total gerado na cidade). As recomendações são para a universalização do tratamento de esgoto, melhora da qualidade dos arroios, rios e Lago Guaíba e ações de redução do consumo de água e de perdas na distribuição.
Conforme a diretora de Políticas e Projetos de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini, que está em Dubai, participando da COP28, Porto Alegre precisa diminuir a "Pegada Hídrica azul" (referente à água potável). Em resumo: precisamos diminuir consumo de água.
Para reduzir a pegada hídrica cinza, explica Rovana, é preciso aumentar a capacidade de tratamento do esgoto e ações para ligar, corretamente, os encanamentos (não ser misto, esgoto cloacal e pluvial) e não despejar resíduos diretamente nos arroios.
Os estudos irão nortear o Plano de Ação Climática de Porto Alegre na definição de medidas prioritárias para adaptar a cidade para as mudanças climáticas.