O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) liderou nos últimos dias uma comitiva de parlamentares a El Salvador para conhecer o modelo de combate à criminalidade do pequeno país da América Central implementada pelo presidente licenciado Nayib Bukele.
No grupo, estavam dois deputados gaúchos, Ubiratan Sanderson (PL) e Osmar Terra (MDB).
Integraram também a comitiva os deputados Delegado Ramagem (PL-RJ), Delegada Ione (AVANTE - MG), Coronel Assis (UNIÃO - MT) e Capitão Alden (PL - BA).
Terra foi um dos autores do requerimento para a viagem. Em postagem na rede social X (ex-Twitter), Bolsonaro comemorou o que considera "o sucesso de Bukele" no combate aos grupos criminosos. "O país mais violento do mundo em 2015 hoje tem taxa de homicídios igual à Suíça", diz o deputado.
Na série de postagens, o parlamentar compara a ascensão de Bukele a do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro: "Então prefeito da capital, mas outsider", diz. "Teve muita dificuldade inclusive de encontrar um partido para se candidatar. Quase foi boicotado - isso te lembrou alguém no Brasil?".
Ele celebra ainda a data de 2 de março de 2002, "o dia em que Bukele decidiu junto com seus ministros implementar o ESTADO DE EXCEÇÃO. Uma ofensiva jamais vista contra os pandilheiros que extorquiam e assassinavam inocentes. Foi uma incursão quadra por quadra, casa por casa, um verdadeiro cerco aos pandilheiros (bandidos)".
Ele cita "399 dias sem homicídios desde a criação do estado de exceção - até 15 de dezembro de 2023".
Bukele orgulha-se de ter transformado o país ao libertá-lo do controle das gangues. Sobre o líder salvadorenho recaem acusações de ter cometido detenções arbitrárias e violações aos direitos humanos para alcançar esse feito. Também é acusado de atacar os Três Poderes do Estado e de comandar um governo cada vez mais autoritário.
Em novembro, em uma estratégia para buscar a reeleição em 4 de fevereiro, ele se afastou da presidência por meio de uma licença do Congresso, apesar das alegações da oposição de que tal medida seria inconstitucional. Bukele foi substituído pela secretária da Presidência, Claudia Juana Rodríguez de Guevara.