Muito ainda será dito sobre a Rússia que se apresenta ao mundo a partir do teatro de operações na Ucrânia. Mas boa parte do desempenho das tropas e os interesses de Vladimir Putin no Leste Europeu não são novidade para pesquisadores, que observam, desde o fim da União Soviética, seguido do caos econômico da década de 1990, um reposicionamento da Rússia como grande potência global. Um desses estudiosos é Augusto Dall’Agnol, mestre e doutorando em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (Isape). No recém-lançado livro Queda & Ascensão da Rússia – Estabilidade Estratégica, Construção do Estado e Reforma Militar de Larga Escala 1991-2021, ele reflete como a implementação da maior reforma militar desde a criação do Exército Vermelho, em 1918, transformou as forças armadas da Rússia. A obra foge à simplificação em torno do país e não incorre na demonização do Kremlin. Nesta entrevista, o pesquisador, visiting scholar na Universidade de Denver (EUA) reflete sobre a guerra e projeta o comportamento da Rússia no sistema internacional no século 21.
Seu livro é resultado da pesquisa desenvolvida para o mestrado, concluída em 2019. À luz da guerra na Ucrânia, mudarias algum aspecto na tua análise sobre a Rússia de Vladimir Putin?
Queda & Ascensão da Rússia analisa a construção das capacidades materiais – econômicas e militares – que possibilitaram uma inserção internacional e uma política externa mais assertiva ao longo das últimas duas décadas por parte da Rússia. O livro enfatiza o contínuo papel da competição entre os países do sistema internacional, sobretudo das grandes potências, e das elites políticas ao longo desses 30 anos. De forma sucinta, discorro sobre em que circunstâncias Estados imitam as instituições e tecnologias militares de outros. Em especial, a Rússia teve diversas reformas militares malsucedidas que visavam imitar as forças armadas dos Estados Unidos, especialmente como efeito do desempenho americano na Guerra do Golfo. Nesse sentido, explico por que algumas tentativas de reforma militar de larga escala da Rússia falharam, como as de 1992, 1997 e 2003, enquanto a reforma de 2008 foi bem-sucedida. Desde os anos de 1980 e de 1990, as forças armadas da Rússia estavam preocupadas com o impacto da digitalização da guerra, especialmente em questões relacionadas às armas guiadas de precisão e sistemas de comando automatizados. A reforma militar de 2008 teve dois principais objetivos. Primeiro, capacitar a Rússia para travar uma guerra limitada no seu entorno regional, sobretudo devido à má performance observada durante a guerra na Geórgia, em 2008. Segundo, a reforma fez frente à possibilidade de os Estados Unidos serem capazes de desarmar a capacidade de segundo ataque russo (retaliação) a partir do conceito de "ataque convencional global imediato", ao qual eu me refiro no livro como estabilidade estratégica. Em suma, o que está em pauta na guerra com a Ucrânia diz respeito a esses dois pontos. Definitivamente, o não envolvimento ainda maior por parte da Otan no conflito é moderado pela renovada capacidade de segundo ataque dos russos a partir da modernização dos sistemas de comando e controle (C2) e da constelação de satélites Glonass, equivalente ao GPS americano. Por outro lado, a hipótese de emprego de força em uma guerra limitada no seu entorno regional tratava-se, sobretudo, de travar uma guerra defensiva, e não a partir de uma campanha ofensiva russa. Dito isso, esse é o ponto em que eu mudaria na análise e sob o qual eu pretendo desdobrar meus esforços nos próximos meses.
A China parecia ser o grande adversário estratégicos dos EUA no século 21, mas eis que explode uma guerra na Ucrânia. A Guerra Fria não terminou?
A discussão sobre uma Guerra Fria 2.0 não é nova. Seguramente, trata-se de um ponto de fricção e discordância entre os analistas de política internacional. Por um lado, o acirramento ideológico, característico da Guerra Fria, é muito mais ameno na atual conjuntura. De forma similar, até o momento, a competição entre as grandes potências apenas tangencialmente afeta a eclosão de conflitos no Sul Global. Neste sentido, toda e qualquer comparação do atual momento com o período da Guerra Fria deve ser feita com prudência. Por outro lado, a crescente rivalidade estratégica, especialmente no que diz respeito às tecnologias da quarta revolução industrial entre Estados Unidos e China é o fenômeno que ditará as próximas décadas. Em outras palavras, o que se percebe é o retorno de um debate do final da década de 1980 e início da década de 1990 acerca da natureza e dos relativos méritos do "tecnonacionalismo" e do "tecnoglobalismo". Essas duas visões ofereciam interpretações amplamente alternativas sobre como os governos deveriam canalizar o investimento em tecnologia e moldar cadeias de suprimentos para o benefício de suas respectivas empresas e cidadãos. Em um primeiro momento, os argumentos tecnonacionalistas sobressaíram-se, em meio a intensos atritos comerciais entre Estados Unidos e Japão, e preocupações de que o Japão estaria alavancando políticas industriais para superar a liderança dos Estados Unidos em semicondutores e outras tecnologias críticas. De forma semelhante, o retorno da visão tecnonacionalista está levando outros Estados, como Rússia, China, Índia e Alemanha, e não apenas os Estados Unidos, a intervir com mais frequência nos assuntos comerciais e tecnológicos para dar aos seus próprios líderes industriais de alta tecnologia uma vantagem sobre aqueles de outros países. Nesse sentido, arrisco dizer que vivemos um período ainda embrionário, semelhante àquele período no imediato pós-Segunda Guerra Mundial que levou a criação dos blocos, mas que, tranquilamente, tem potencial – e a aparência – de desencadear algo ainda mais perigoso.
Será a Rússia ou a China o grande oponente à hegemonia americana no século 21?
Durante a década de 1990 e a primeira década do novo milênio, a Rússia raramente era aventada como um assunto com o qual os americanos deveriam se preocupar. Curiosamente, as principais preocupações dos Estados Unidos em torno de um eventual oponente à hegemonia americana no século 21 eram, inicialmente, Japão e Alemanha, especialmente em decorrência de suas capacidades econômicas e, posteriormente, China. Apesar da nova ascensão da Rússia nas últimas duas décadas, há que se pensar, cada vez mais, em um cenário de tripolaridade assimétrica (três grandes potências) em termos estritamente militares, como definido pelo professor Marco Cepik, da UFRGS. Em suma, o conceito de "diplomacia triangular" de Henry Kissinger, secretário de Estado dos Estados Unidos (1973-1977), nos ajuda a entender, parcialmente, as dinâmicas entre os três polos de poder do sistema internacional, apesar da posição relativa dos Estados Unidos ser claramente superior frente às outras duas grandes potências, Rússia (decadente) e China (ascendente).
A Rússia, de forma geral, se sente traída pelo Ocidente ao ficar afastada do arranjo europeu pós-Guerra Fria?
A história da Rússia é fortemente marcada por períodos de maior ou menor aproximação com o Ocidente, especialmente com a Europa. Apesar de o governo de Boris Yeltsin ter buscado uma reaproximação com a Europa e com os Estados Unidos, o seu segundo mandato já reflete uma mudança gradual da orientação da política interna e externa da Rússia frente aos pares ocidentais. Em especial, a não integração da Rússia na estrutura formal da Otan (apesar das reiteradas solicitações russas) e a criação do "Conselho Rússia-Otan" colocaram a Rússia em uma posição de parceira subalterna e criaram as condições favoráveis para a mobilização discursiva e política de tal não correspondência. Ao fim e ao cabo, e extrapolando no uso da metáfora, não se tratou de uma traição, posto que o Ocidente nunca esteve disposto a, de fato, integrar a Rússia em suas estruturas, mas sim de um amor não correspondido por parte da elite política russa ao longo da década de 1990.
O que Putin representa nessa "nova Rússia"?
De forma breve, se Boris Yeltsin representa a "queda", Vladimir Putin representa a "ascensão" da Rússia. Essa é uma simplificação comum e que apenas parcialmente condiz com a realidade. De fato, tratam-se dos principais personagens que caracterizam momentos bastante distintos da Rússia desde 1991. Contudo, a ênfase excessiva, comumente observada, em Putin como o criador de uma nova Rússia é problemático. Primeiro, apesar de ser a personalidade política centralizadora no processo de reconstrução da Rússia, Putin contou com o auxílio dos siloviki (pessoas com antecedentes na segurança militar) e dos tecnocratas que haviam forjado laços pessoais com Putin durante sua experiência em São Petersburgo. Em especial, o legado dessa renovada elite política russa foi a "domesticação" dos oligarcas do período e dos líderes regionais do período Yeltsin, responsáveis pela captura do Estado russo em prol de interesses próprios, ao longo da década de 1990. As diversas reformas tributárias e administrativas, ao longo de seus dois primeiros mandatos, permitiram a transformação da relação entre capital e coerção. De forma sucinta, a conformidade com as obrigações tributárias aumentou como resultado das ações de coerção do Estado russo.
Do ponto de vista da segurança, esperava-se que a Rússia, segunda maior potência militar do planeta, cumprisse seus objetivos na Ucrânia de forma muito rápida. Por que isso não ocorreu?
A crença de que essa guerra seria uma campanha rápida e decisiva só é possível a partir de dois cenários. Primeiro, no caso de que a Rússia tentasse realizar uma campanha ofensiva similar àquela dos Estados Unidos na Guerra do Golfo, em 1991. Segundo, no caso de um golpe militar na Ucrânia que depusesse Volodimir Zelensky e evitasse o prolongamento da guerra. Nenhum dos cenários se concretizou. Diante disso, outros dois fatos merecem atenção. Primeiro, uma das características da guerra convencional moderna é o fato delas serem guerras prostradas e de atrito. Um dos motivos liga-se às vantagens da defesa estratégica, especialmente em um país como a Ucrânia (o segundo maior país da Europa), que tem o que chamamos de "profundidade estratégica", termo que se refere à distância entre o teatro de operações e as principais áreas industriais/populacionais de um país. . Nesse sentido, a guerra contra a Ucrânia se difere radicalmente daquela contra a Geórgia, em 2008. Por um lado, a tomada da capital Tbilisi pelas forças russas ocorreu de forma rápida, no que também é conhecida como a "guerra dos cinco dias". Isso se deveu ao fato de que o território georgiano é expressivamente menor que o ucraniano e, por isso, mais fácil de ser penetrado e mantido através de uma campanha ofensiva. Por outro lado, diferentemente do caso da Ucrânia, a Geórgia apenas recebeu auxílio por parte da Otan na fase anterior à eclosão da guerra, e não durante o engajamento. Esse, talvez, seja um dos principais fatores explicativos para o prolongamento do conflito. Por exemplo, o envio de equipamentos e sistemas militares à Ucrânia, desde 2014, mas substantivamente aumentado desde o início da guerra, fornece ao país a capacidade de continuar o enfrentamento a partir de uma posição de defesa que busca, no máximo, frustrar algumas operações russas, com pouca chance de real vitória no campo de batalha.
As forças armadas russas são, mesmo, tão poderosas? O que se viu no campo de batalha foram problemas logísticos. E algumas questões mal explicadas: um grande comboio de blindados, por exemplo, estava a caminho de Kiev. Simplesmente, não se tem notícias dele. O que isso tudo representa?
Seguramente, o emprego e o desempenho das forças armadas russas na Ucrânia serão objeto de estudo tanto por parte da Rússia quanto das outras grandes potências, sobretudo Estados Unidos e China. De forma similar ao que aconteceu após a Guerra do Golfo, a atual guerra deixará importantes lições a serem extraídas para o futuro da guerra no século 21. No que diz respeito aos problemas logísticos enfrentados, trata-se de uma dificuldade comum em qualquer operação militar. Não são raras as deficiências logísticas da Rússia em período de guerra, como durante a guerra da Crimeia (1853-1856) e a guerra russo-japonesa (1905). Isso se torna ainda mais difícil durante uma campanha ofensiva, em que você depende do uso da infraestrutura já no território inimigo. Soma-se a isso os próprios planos de guerra são sujeitos à mudança, como representado pela reorientação para o Donbass. Isso porque, inicialmente, até a junção da península da Crimeia com o Donbass por via terrestre, a Rússia tinha três teatros de operações distintos. Finalmente, a Rússia é um dos três países do mundo, junto com Estados Unidos e China, com capacidade estratégica de segundo ataque. Dito isso, é importante frisar que a escalada da guerra, até agora, está razoavelmente moderada. O emprego do uso da força por parte da Rússia ainda é limitado e, o redirecionamento recente de tropas da Síria para o Donbass são uma sinalização do contínuo compromisso militar dos russos com seus objetivos políticos. Não custa lembrar, por exemplo, que guerras travadas longe do território nacional, somadas à vontade e à disposição do inimigo em continuar lutando, são verdadeiros desafios mesmo para forças armadas altamente capazes, vide a dificuldade dos Estados Unidos na Coreia, no Vietnã e no Afeganistão.
As relações da Rússia com o Ocidente se deterioram desde a década de 1990, apesar das melhores relações durante o primeiro governo Yeltsin (1991-1996).
Putin vai parar na Ucrânia? Depois de Geórgia e Ucrânia, tendemos a pensar que a Moldávia seja o próximo alvo?
Pensar na Moldávia é logicamente razoável pela existência da região separatista da Transnístria. Nesse sentido, o discurso da defesa dos russos no exterior poderia ser mobilizado na Rússia de forma semelhante ao que foi feito na Geórgia e na Ucrânia. Entretanto, o caso da Moldávia difere, sobremaneira, dos outros dois no que diz respeito à possibilidade do ingresso do país na Otan. Por exemplo, apesar da reiterada cogitação de um eventual ingresso do país na aliança atlântica, os avanços das negociações com a Moldávia foram significativamente menos promissores quando comparado com as solicitações de ingresso por parte da Ucrânia e da Geórgia. Similarmente, a pressão por parte dos Estados Unidos em torno do ingresso da Moldávia é bem menos expressiva. Existe, ainda, a preocupação de longa data de uma guerra relâmpago no Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia) e na Polônia. De qualquer sorte, tal alarmismo, ainda que sustentado por justificativas lógicas, deve ser ponderado, visto que esses países recorrentemente pedem o incremento de gastos de defesa dos outros aliados. Nesse sentido, é importante observar atentamente às manifestações da Rússia no que diz respeito à Moldávia, especialmente porque, apesar da incompreensão ocidental, o roteiro para a guerra da Geórgia e da Ucrânia já estava escrito, ao menos desde 2007, quando da Conferência de Segurança de Munique. Por fim, os próximos passos, tanto de russos quanto de ocidentais, vão depender do desfecho da guerra. É imperativo, pois, averiguar as condições e termos estabelecidos quando do cessar fogo dessa guerra.
Há uma tentativa de ver a Rússia como inimiga do Ocidente antes mesmo da guerra da Ucrânia. Do ponto de vista do Kremlin, há interesse em ser uma força de oposição ao Ocidente?
As relações da Rússia com o Ocidente se deterioram desde a década de 1990, apesar das melhores relações durante o primeiro governo Yeltsin (1991-1996). A primeira mudança mais expressiva na postura da Rússia advém da influência de Yevgeny Primakov, primeiro como ministro das Relações Exteriores (1996-1998), e depois, como primeiro-ministro da Rússia (1998-1999). Primakov promoveu a ideia de um "mundo policêntrico", já em 1997, quando os líderes da Rússia e da China firmaram a "Declaração Conjunta por Um Mundo Multipolar e o Estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial". Tal ideia, também referida, de forma intercambiável, como multipolaridade, continuou presente na política externa da Rússia até hoje, como se observa nos pronunciamentos de Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, e sendo amplamente adotada por países do Sul Global, inclusive parte da chancelaria brasileira. De forma sucinta, a principal utilização de tal conceito se refere, comumente, à explicitação da oposição russa em relação aos Estados Unidos e como forma de angariar apoio de outros países descontentes com o sistema unipolar com características de unilateralismo que emergiu após a queda da União Soviética.
O Brasil precisa resgatar a rica história e escritos de nossos ex-chanceleres a fim de saber navegar os mares conturbados das décadas que virão.
O que quer Putin?
De forma geral, a expansão (como dizem os russos), ou o alargamento (como dizem os americanos) da Otan é, segura e explicitamente, a principal razão das animosidades e causa direta do corrente conflito. Ainda que a Rússia tenha aceitado, embora não sem reclamações, as primeiras duas ondas de expansão da aliança (em 1999, com a entrada de Polônia, República Tcheca e Hungria, e em 2004, com o ingresso de Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslovênia e Eslováquia), os russos deixaram claro, em 2007, que não tolerariam mais o avanço da aliança para Leste, em especial no que dizia respeito ao eventual ingresso da Ucrânia e da Geórgia. Essa animosidade tem suas origens quando do final da Guerra Fria, quando a aliança atlântica prometeu aos russos, de acordo com os russos, que não haveria alargamento da Otan para além da incorporação da Alemanha Oriental. Todavia, o debate historiográfico acerca do tema é profundo, sobretudo porque tal promessa jamais foi assinada e formalizada. Com isso, os Estados Unidos e a Otan, sentindo-se vencedores da Guerra Fria, mesmo sem a ocorrência de uma vitória militar no campo de batalha, permitiram-se expandir a aliança em detrimento dos interesses russos. Ao fim e ao cabo, a minha análise em torno da guerra é que o que Putin verdadeiramente quer, com essa guerra, é a formalização dessa promessa quando do desfecho da guerra, caso a Rússia consiga impor seus termos nas negociações de paz.
Os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil. A Rússia tem importantes relações com o Brasil, como parceira no Brics, a questão dos fertilizantes. Como o Brasil deveria se posicionar, uma vez que o país tem por tradição a defesa da não ingerência, é membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e precisa manter boas relações com a Rússia e com o Ocidente?
Historicamente, o Brasil soube se beneficiar de momentos de alta competição interestatal. Em especial, destaco a visão de Barão do Rio Branco em relação ao imperativo sistêmico que se fazia necessária a troca de eixo de Londres para Nova York. Outro momento chave em que o Brasil assumiu uma visão pragmática foi durante o governo Getúlio Vargas e a oscilação entre o Eixo e os Aliados e a contínua negociação e barganha com os dois lados do conflito enquanto isso era sustentável. Por fim, durante a Guerra Fria, a Política Externa Independente, formulada por Afonso Arinos, Araújo Castro e San Tiago Santas, livrava o Brasil do engessamento provocado pelas restrições ideológicas. Resumidamente, o Brasil precisa resgatar a rica história e escritos de nossos ex-chanceleres a fim de saber navegar os mares conturbados das décadas que virão e saber inserir o país internacionalmente da melhor maneira a fim de tirar proveito da rivalidade estratégica entre as grandes potências.