Pelo menos seis agentes do SVR-RF (serviço de inteligência da Rússia) teriam estado no Brasil na primeira semana de março para se reunir com líderes empresariais e políticos alinhados com o Kremlin. A informação foi divulgada na terça-feira (15), com exclusividade, pelo site DefesaNet, especializado em temas militares. A ideia seria utilizar conexões bancárias, financeiras e comerciais no mercado nacional e exterior para ocultar o recebimento e o envio de recursos financeiros à Rússia como forma de driblar as sanções econômicas impostas ao país em razão da guerra na Ucrânia.
Em troca, o governo russo garantiria a abertura e exploração de recursos na Rússia e países sob sua influência na Ásia.
O grupo, integrado por quatro homens e duas mulheres, teriam visitado pelo menos três Estados - Ceará, Rio de Janeiro e Goiás. Na capital cearense, Fortaleza, eles teriam se encontrado com um milionário com dupla cidadania (brasileira e israelense) e ex-integrante do próprio SVR. O empresário manteria contato com políticos russos da Câmara Alta do parlamento e com grupos paramilitares privados de origem russa, que atuam na América Latina, África e Ásia. Com essa pessoa, o objetivo seria firmar um compromisso para lavar dinheiro, por meio de empresas brasileiras. No Rio de Janeiro, a reunião com um outro empresário teria ocorrido dentro de um cofre de um banco privado. Com a contrapartida de utilizar redes de operações bancárias para enviar e receber recursos, os agentes teriam prometido condições especiais para a exploração de minério na Rússia e no Cazaquistão.
Em Goiânia, o encontro foi em um hotel com pelo menos oito empresários e políticos.
A reportagem de DefesaNet também aborda o que seria o plano do governo russo de, em até 20 meses, deslocar uma célula do 9º Destacamento Estrangeiro para Fins Especiais do SVR, que atualmente opera em Caracas, na Venezuela, para o Brasil. O SRV é um dos braços da antiga KGB dos tempos soviéticos. Esse destacamento tem, entre outras especialidades, a atuação em contrainformação, guerra eletrônica, sabotagem e operações especiais.
DefesaNet salienta que não tem informação se essas movimentações russas são monitoradas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ou outros órgãos federais.
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