A China dá sinais de que sua política de tolerância zero com a covid-19 está dando resultados também contra a variante Delta da covid-19. Na segunda-feira (23), pela primeira vez, o país não relatou casos novos da nova cepa considerada mais transmissível do que as anteriores.
A Delta chegou à China em 10 de julho a partir de um voo procedente da Rússia com passageiros infectados que desembarcaram em Nanjing. Atualmente, pelo menos 16 províncias registram casos da nova cepa, inclusive em grandes cidades como Pequim, Xangai e Wuhan, onde o coronavírus surgiu pela primeira vez, em 2019.
A exemplo do que fez na primeira onda, a China se armou com sua estratégia draconiana para lidar com a variante Delta: impôs novos lockdowns, rastreou casos de forma acelerada, cortou conexões entre cidades, restringiu viagens domésticas e testou milhares de pessoas - algumas mais de uma vez.
O país também acelerou a vacinação, que ocorria mais lentamente do que no Ocidente, apesar de o país ter desenvolvido imunizantes próprios. Atualmente, a China supera os Estados Unidos, por exemplo, no percentual da população completamente vacinada, segundo o monitor Our World in Data, da Universidade de Oxford. Nesta quarta-feira (25), o país registra 53,99% da população com as duas doses, contra 51,24% dos americanos. Em 10 de junho, a China registrava apenas 15,51% da população com o ciclo completo da imunização. O país administrou até agora 1,94 bilhão de doses. Aplica cerca de 135 doses por cem pessoas, proporção maior do que nos EUA e no Reino Unido.
O surto da Delta na China foi o pior desde 2020. Mas, desde a semana passada, as infecções diárias vêm diminuindo - chegaram a cem por dia. Na segunda-feira (23), não houve nenhum novo caso de transmissão doméstica (pela primeira vez desde 16 de julho) e 21 casos importados.
A política de erradicação da covid-19 em seus territórios como objetivo é adotada também por Cingapura, Nova Zelândia e Austrália.