As agências regulatórias de saúde de alguns países, como Canadá e Portugal, vêm aprovando mudanças no regime de aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca por diferentes motivos.
No caso canadense, o Comitê Nacional de Aconselhamento para Imunização (Naci) autorizou que pessoas que tenham recebido a primeira injeção da AstraZeneca possam escolher a segunda dose de uma vacina diferente - Pfizer/BioNTech ou Moderna.
A medida visa a reduzir ainda mais os já raros casos de trombose em pacientes que tomaram as duas doses com o imunizante de Oxford/AstraZeneca. O país, que nos últimos meses acelerou muito a imunização, optou por deixar de comprar esse produto.
No entanto, as próprias autoridades canadenses de saúde afirmam que, apesar da precaução adicional, o imunizante é seguro e o risco de contrair trombose pela vacina é menor do que o de ter a doença como consequência de uma infecção pelo coronavírus.
Em outros países, além da preocupação com a segurança, o fornecimento descontínuo dos lotes tem levado pesquisadores a investir em testes de alternância de doses. É o caso da Finlândia, onde o Instituto de Saúde e Bem-Estar informou em 14 de abril que os pessoas com menos de 65 anos que receberam a primeira dose do imunizante da AstraZeneca podem usar vacina diferente na segunda dose, diante dos atrasos na campanha no país.
Na França, a Haute Autorité de la Santé (HAS) recomendou que pessoas com menos de 55 anos que receberam a primeira dose da AstraZeneca deveriam receber a segunda de uma das vacinas de RNA mensageiro (mRNA), da Pfizer ou da Moderna.
Na quinta-feira (17), Portugal reduziu de 12 para oito semanas o intervalo entre a primeira e a segunda dose da AstraZeneca. A recomendação tem como objetivo "garantir mais rápida proteção" perante a transmissão de novas "variantes de preocupação" do vírus Sars-CoV-2, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A maior preocupação é com a variante Delta, associada à Índia.
- Estão surgido provas de que as variantes - nomeadamente a variante Delta - diminuem a força do escudo protetor fornecido pelas vacinas, especialmente quando a vacinação ainda não é completa. É, portanto, crucial que o maior número possível de cidadãos seja vacinado contra a covid-19, e que seja totalmente vacinado o mais rápido possível - disse Stella Kyriakides, comissária europeia para a Saúde.