Foi em uma Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Orlando, na Flórida, que o ex-presidente Donald Trump decidiu testar sua popularidade desde que deixou a Casa Branca. Sua primeira aparição pública pouco diferiu dos discursos enquanto estava na presidência dos Estados Unidos. Teve bravatas e exibições de ego, como de costume, além de ataques ao atual presidente, Joe Biden. Mas também serviu para compreender - ao menos em parte - seus planos daqui para a frente.
Ele voltará a se candidatar em 2024?
O ex-presidente não afirmou explicitamente que será candidato em 2024 - nos Estados Unidos, um ex-presidente pode se candidatar a um segundo mandato, no máximo, mesmo com um intervalo de anos entre o período em que deixa a Casa Branca e o momento do retorno. Apesar disso, Trump insinuou que sim, será candidato em 2024.
- Vocês sentem minha falta? Estou diante de vocês hoje para declarar que a incrível jornada que começamos juntos está longe de terminar - disse. - Nosso movimento de patriotas americanos orgulhosos e trabalhadores está apenas começando e, no final, vamos vencer. Venceremos - completou.
Em outro trecho, referindo-se aos democratas, foi mais enfático sobre a possibilidade de retornar.
- Eles (os democratas) acabaram de perder a Casa Branca. Mas, quem sabe, posso até decidir vencê-los pela terceira vez - declarou, insistindo na tese mentirosa de que houve fraude na eleição de 2020.
Ele criará um novo partido?
Durante o processo de impeachment, nos bastidores de Washington circulava a informação de que Trump, desgastado internamente no Partido Republicano, buscaria fundar uma nova legenda. Havia até nome: Patriota. No entanto, no discurso em Orlando, ele desmentiu que tivesse essa intenção.
- Não estamos começando novos partidos. Temos o Partido Republicano. Ele será unido e mais forte do que nunca. Não estou começando um novo partido - afirmou.
Sobre Joe Biden...
Está na cartilha não escrita em Washington que ex-presidentes devem evitar criticar o antecessor. Trump, como se sabe, exclui qualquer tradição política. No evento, atacou Biden:
- Todos nós sabíamos que o governo Biden seria ruim, mas nenhum de nós imaginava o quão ruim ele seria e o quão longe ele iria. Joe Biden teve o primeiro mês mais desastroso de qualquer presidente da história moderna - afirmou.
O republicano parecia estar ainda no palanque eleitoral, disparando críticas ao antigo rival - algumas delas de cunho pessoal, sugerindo que Biden estaria senil. Também afirmou que toda a estratégia de combate à pandemia é dele.
As redes CNN e MSNBC não transmitiram o discurso ao vivo. Fox News, Newsman e OAN, conservadoras, o fizeram.